Em São José: Força do peão atrasa mais um ano a reforma trabalhista
A Assembleia Geral, realizada na sede da zona sul do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no dia 8 de novembro, aprovou as Convenções Coletivas negociadas com grupos patronais.
Houve reajuste salarial de 4% retroativo a setembro, mais 1% a partir de janeiro, além da renovação das cláusulas sociais em 195 fábricas da região. Embora os salários mês a mês continuem ameaçados pela inflação, a renovação das cláusulas sociais, que proíbem demissões de lesionados e terceirização irrestrita, por exemplo, mostrou que ainda é possível lutar para que a reforma trabalhista não valha nos locais de trabalho.
Segurar por mais um ano a reforma trabalhista não foi tarefa fácil. Os patrões fizeram cara feia. Porém, seja por medo da possibilidade de mobilização do chão de fábrica, seja porque de fato houve assembleias, paralisações e braços cruzados em diversas fábricas, a força da classe trabalhadora garantiu o acordo. Foram os casos, por exemplo, das fábricas Prolind, Huber Shuner, Ericsson, Parker, Gerdau e outras.
Trabalhadores da MWL foram para cima
O destaque de lutas sem dúvida é para os trabalhadores da MWL de Caçapava, que, diante do reajuste zero e da PLR zero oferecidos pela empresa, cruzaram os braços e fecharam os portões. Foram cerca de 15 dias de greve com piquete, que arrancaram reajuste similar ao aprovado na Assembleia Geral, renovação das cláusulas sociais, e R$1000,00 de PLR. Nas próximas semanas, trabalhadores e trabalhadoras de fábricas que ainda não fecharam acordos e estão travando as negociações deverão olhar para os operários da MWL, e igualmente se prepararem para lutar com unhas e dentes. Na Embraer, e também em metalúrgicas como Eaton, Sun Tech, Dober e Fabaraço, os patrões querem fazer jogo duro. A tarefa é resistir!