Nas últimas semanas, assistimos aos mais recentes capítulos do melancólico fim da Lava-Jato. Depois de 7 anos de vida da operação, vemos executado, e de forma bem-sucedida, o produto do “grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo”. O coroamento desse processo será a absolvição de Lula e, ao mesmo tempo, a blindagem do clã miliciano que governa o país.
O vídeo ministerial revelou um governo desesperado. Hoje, certamente, o desespero é maior, pois comprovou-se o crime de Bolsonaro (agora abertamente acobertado no delito por Generais). Para alguns, caminhamos para um “golpe” fascista ou bonapartista. Será?
A saída de Moro foi preparada por Bolsonaro junto com os líderes do corrupto centrão. Estes defenderiam Bolsonaro de um impeachment, mas em troca queriam a saída do ministro e muitos cargos. O PT, toda vez que há chance real de Bolsonaro sair, recua, pois tudo o que Lula quer é enfrentar Bolsonaro em 2022 (e vice-versa). Uma esquerda de verdade tem de ser absolutamente contra Bolsonaro e Lula.
Consideramos absurdas as declarações de Bolsonaro e a portaria 666 de Moro. Ambas são ameaças a Glenn Greenwald e às liberdade democrática em nosso país. O direito ao sigilo da fonte por parte de um jornalista é um direito democrático elementar numa democracia burguesa.
As centrais sindicais prometeram um dia histórico, mas – sobretudo CUT, Força e UGT – boicotaram a paralisação unificada de 14 de junho contra a reforma da previdência. Ser a favor da reforma é ser a favor de que os trabalhadores trabalhem até mais tarde e de que no médio […]
A condenação de Moro em primeira instância precisa ser anulada e este deve pagar por seu crime. Isso todavia não deve inviabilizar as condenações de Lula em segunda e terceira instâncias, que precisam ser mantidas. Deve-se tomar todo cuidado para o caso não ser usado politicamente, oportunistamente, pelos petistas e afins, na luta contra a reforma da previdência e contra cortes na Educação. Fora Moro! Lula na prisão!
Mal foi eleito, Jair Bolsonaro já desapareceu. Esfumaçou. Primeiro foi Paulo Guedes, agora é Moro. Os figurões sombreiam o presidente, a ponto de se perguntar: quem mandará no país? E mais: ambos super-ministros discordam da maioria das maluquices de Bolsonaro.
Os argumentos da defesa de Lula (e dos petistas) foram desmontados um a um no TRF-4. A condenação não foi perseguição política, mas resiliência da democracia burguesa. Quais as opções para Lula agora? E a esquerda, seguirá com seus delírios, como aqueles que supõem que o grande capital quer derrubar Lula, ou que este é impedido de combater a fome no Brasil e em todo o mundo?
A nossa “esquerda” inventa desculpas esfarrapadas para não defender a prisão de Lula: 1) não há provas; 2) “golpe”; 3) ditadura do judiciário; 4) a condenação no TRF4 foi antecipada; 5) Lula tem o “direito democrático” de se candidatar…
Lula e seus asseclas traidores da classe operária são também responsáveis pelo aumento da miséria capitalista no Brasil e na América Latina. São também responsáveis pelo drama cotidiano e miséria crescente da classe trabalhadora. Que mofe na prisão!