Transição Socialista

Fora Dilma!

25.06.2015

Hoje a forma mais eficaz de barrarmos os ataques do governo é dizendo em alto e bom som “Fora Dilma”. Pesquisas recentes comprovaram que mais de 60% dos moradores das favelas de SP e RJ apoiaram os atos pelo “Fora Dilma” em março (apesar desses atos serem majoritariamente pequeno-burgueses).

A esquerda não pode ficar à direita da população, sem dar voz e expressar organizadamente a revolta popular contra o governo.

Na atual conjuntura, em que a classe trabalhadora organizada sindicalmente está ainda morna e controlada, o papel do movimento popular é se relacionar com esse enorme exército das periferias que hoje se mostra, no mínimo, disposto a lutar contra a presidenta Cambaleando esse frágil governo (o menor índice de aprovação desde Collor), os ataques serão barrados.

O problema não é saber se há provas reais contra Dilma (elas certamente existem, mas sempre serão escondidas). Collor foi derrubado sem provas. O problema é deixar a vontade de luta da classe trabalhadora se expressar. Liberar as energias represadas. E o problema é barrar os ataques do governo burguês contra os trabalhadores. A lógica é a da luta de classes.

Se a esquerda vacilar mais uma vez, sem ter coragem de atacar o governo frontalmente, estará facilitando os próprios ataques do governo, pois estará indiretamente ajudando o equilíbrio deste governo corrupto que ataca os trabalhadores e a maioria só vê com ódio.

Há quem pergunte: mas o que vem depois de Dilma? E se vier a direita? A direita e a burguesia já estão no poder. O pior que existe neste pais em reacionarismo está aliado ao PT. E o braço armado do capital — o exército — está lá intacto. A questão não deve ser colocada dessa forma. A questão é que a classe trabalhadora tem disposição de luta contra este Estado burguês que está sempre aí, de direita, organizado, permanentemente pronto para atacar a classe trabalhadora.

A esquerda deve confiar muito mais na luta do povo trabalhador — nas suas energias — do que na capacidade do governo do PT em barrar uma suposta direita. Combater a direita, hoje, passa por liberar as energias de luta da classe trabalhadora contra o PT, e não por um “apoio crítico” ao PT. Liberar essas energias favorece o combate até contra setores mais reacionários que o PT. Se essas energias não forem liberadas, a classe ficará amargurada e desmoralizada, o que preparará maiores ataques por parte do capital.

Se derrubarmos a Dilma virá o caos? Se vier, é o caos da luta de classes. Confiemos muito mais no povo do que no PT! Confiemos na inteligência e criatividade do povo trabalhador, na sua capacidade de resolver seus próprios problemas quando eles surgirem, do que no Estado burguês dirigido pelo PT e sua politica traidora!

Viva a luta independente e autônoma da classe trabalhadora!

Fora Dilma e PT!

Abaixo o lulismo, gérmen do autoritarismo!