Saudação da Transição Socialista ao Primeiro de Maio da organização Razón y Revolución (Argentina)
Companheiros, aqui do Brasil ficamos felizes em saber que realizam um Primeiro de Maio próprio, independente das demais organizações políticas da chamada “esquerda”. Estas na realidade capitulam novamente ao reformismo e ao oportunismo de setores que só querem gerir o Estado burguês argentino (em especial, capitulam ao peronismo). Num momento como este, o mais urgente é a diferenciação clara em relação a esses setores. É fundamental a apresentação de uma alternativa histórica totalmente limpa, sem as manchas de confusão, conciliação e adaptação de tais organizações aos setores burgueses que se fingem de esquerda.
Neste momento os capitalistas do mundo todo se organizam para lançar nas costas da imensa maioria da população uma dupla crise. Trata-se da combinação entre o coronavírus e mais uma crise econômica do capital. Alguns dirigentes capitalistas hoje aparecem como humanistas e razoáveis (Angela Merkel ou Alberto Fernández). Como se se preocupassem com a vida das pessoas! Outros, pelo contrário, aparecem como lunáticos e irresponsáveis (Bolsonaro). O que os diferencia é apenas a velocidade com que jogarão o peso da dupla crise nas costas dos trabalhadores.
A crise que se abre é tão grande que se a burguesia não conceder uma série de medidas assistenciais aos trabalhadores o choque repentino criará uma convulsão social muito difícil de ser contida. No Brasil, por exemplo, cerca de 50 milhões de pessoas receberão por 3 meses R$ 600,00 do governo. A burguesia colocou um colchão para amortecer o gigantesco impacto do que está vindo. Ela quer apenas “achatar a curva” do estouro da crise.
Frente a tal situação, os comunistas precisam apresentar urgentemente um programa que vincule a luta da ampla maioria pela manutenção das suas condições de vida à luta pelo socialismo. Não podemos admitir o programa dos burocratas sindicais, que fazem as lutas por empregos e salários se manter numa forma totalmente compatível com a acumulação do capital. Temos de encontrar as reivindicações imediatas que se vinculem diretamente à luta pelo socialismo. Do nosso ponto de vista, essa luta vem apenas da combinação entre 1) a Escala Móvel de Salários, 2) a Escala Móvel das Horas de Trabalho e 3) As Frentes Públicas de Trabalho. Cremos que elas são fundamentais e urgentes como única forma de resistência, bem como para impulsionar amplamente a criação de formas de poder da classe trabalhadora, empregada e desempregada.
Defender empregos e salários!
Iniciar já a transição ao socialismo!
Viva a luta internacional da classe trabalhadora!
Transição Socialista,
1 de maio de 2020