Transição Socialista

Burocratas tentam vender movimento contra Bolsonaro

Um novo ato foi marcado pelas “frentes” da “Campanha Nacional Fora Bolsonaro” para o dia 24/07. Mais de um mês após o 19J! Mais um mês e serão mais 50 mil mortos pela covid! Será que essa “Campanha Nacional” não percebe que não vivemos na normalidade?

Qual a desculpa esfarrapada? “Precisamos de tempo para organizar as bases”. Mentira! Precisam de tempo pra segurar as bases!

O movimento já mostrou, em dois grandes atos, que quer esquentar, mas as “frentes” da “Campanha Nacional” já trabalham para esfriá-lo. Para elas, o movimento não pode radicalizar; deve servir apenas como palanque eleitoral para oportunistas ditos de “esquerda”. São os que fazem cálculo eleitoral com o número de mortos da Covid! Sobretudo Lula, que precisa de Bolsonaro no segundo turno e por isso É CONTRA o impeachment.

Eles defendem “Fora Bolsonaro” apenas como “Fora Bolsonaro pela urna”! Nós não queremos apenas o vago “Fora Bolsonaro”, e sim o IMPEACHMENT JÁ! Não dá pra esperar. Cada dia de Bolsonaro no governo é atraso na aplicação de medidas contra o vírus!

Os grupos que compõem a assembleia “Povo na Rua” têm de propor OUTRA DATA, ANTERIOR! Eles têm legitimidade para isso. Se não propuserem, decidirão pela sua própria desmoralização e falência política. Como aceitar que burocratas definam datas de atos às portas fechadas, numa pequena reunião? Qual legitimidade real disso? Um movimento de centenas de milhares de pessoas não pode ficar refém disso! Tem de se auto-organizar, democraticamente!

Assim, os setores que compõem a assembleia “Povo na Rua” têm hoje grande responsabilidade. Se apenas aceitarem a data da “Campanha Nacional Fora Bolsonaro”, votarão por sua própria desaparição. Estarão apenas chancelando que de agora em diante tudo será decidido às portas fechadas.

É PRECISO PENSAR OUTRA DATA JÁ! Propomos o dia 03/07 (15 dias após o último ato). Propomos que a assembleia “Povo na Rua” encampe e chame essa data. Isso não significa boicotar a data proposta pelas “frentes”. O dia 24/07 pode se manter como outro dia de luta. Não há porque considerar concorrência. Há certamente dezenas de blocos de luta e sindicatos combativos que não querem esperar. Por que esfriá-los? O chamado da assembleia “Povo na Rua” pode indicar um caminho aos que querem agora e também no dia 24. É claro que o ato no dia 3 pode ser menor do que o último, mas isso não significará decretar o enfraquecimento do movimento. Nesta atual conjuntura, quanto mais protestos, melhor. Não só numa grande via de uma cidade, mas nos bairros e locais de trabalho, e em dias da semana, preparando o dia 24. Assim o movimento cresce, esquenta, até culminar no dia 24/07.

O movimento está numa encruzilhada. Ou avança de forma independente das burocracias – e assim pode até ganhar um caráter mais democrático e participativo –, ou recua para a burocratização e o uso eleitoral oportunista, terminando na prática em derrota da população atualmente mobilizada (ainda que para os burocratas isso resulte numa vitória eleitoral).

Não dá pra esperar! Não dá pra aceitar politicagem eleitoral com o número de mortos da Covid! A cada dia que passa, são mais de dois mil mortos! Não deixar Bolsonaro sangrar até 2022! Impeachment já!