O impeachment é sim a classe burguesa se preparando para atacar mais a classe trabalhadora.
A sua máquina para isso, o Estado, estava paralisada nas mãos de Dilma Rousseff.
Dilma estava paralisada, sem conseguir governar, porque a forte pressão popular contra ela (iniciada em 2013) minou sua base.
Os ratos burgueses do Congresso que a apoiavam pularam do barco para não afundarem com ela.
A queda de Dilma é o “arrumar” da máquina do Estado, pra poder atacar a população trabalhadora.
Defender que Dilma deveria ter ficado no poder para paralisar e desagregar totalmente o governo é um esquerdismo.
Na ausência de um poder operário para substituir o burguês, a mera desagregação do poder burguês resulta na barbarie. Quem paga a conta é classe trabalhadora.
Os dados mostram que o aumento acintoso do desemprego e o achatamento acelerado da renda dos trabalhadores coincidiram com o período em que Dilma perdeu totalmente a capacidade de governar.
Apesar de o impeachment ser o “arrumar” do Estado, agora a classe burguesa está em condições abaixo, mais fracas, de atacar a classe trabalhadora.
O governo Temer será mais fraco que o do PT porque não tem a base de controle burocrático e social que tem o PT, com seu sindicalismo vendido.
Foi correta a tática dos revolucionários de defenderem o impeachment, para realizar a divisão e enfraquecimento políticos da burguesia enquanto classe.
Para a verdadeira política — a luta de classes — a correlação de forças para a burguesia é hoje pior do que há dois anos atrás.
A questão agora é trabalhar para erguer a resistência operária contra Temer. Tão logo ele iniciar seus ataques, a classe começará a se mover contra ele.