“Derrubar o Bolsonaro vai ajudar o Lula!”, diz um metalúrgico decepcionado com O Corneta. Entendemos o receio do companheiro, mas neste momento acreditamos que a questão é justamente o contrário. Um impeachment de Bolsonaro hoje vai evitar a eleição de Lula em 2022.
Bolsonaro só tem chances de reeleição contra o odiado Lula. O mesmo vale para o maior pelego do Brasil que só consegue impor uma polarização caso seu rival seja Bolsonaro. Ambos dependem um do outro para voltarem a roubar o Brasil.
Desde o início de mandato, Bolsonaro se apoiou no ódio legítimo da população ao PT. Com o tempo vimos que isso não significava que o presidente enterraria o peleguismo petista. Ao contrário, Bolsonaro fez acordos de bastidor com Lula para enterrar a Lava-Jato e salvar todo mundo, das rachadinhas ao petrolão.
A falta de oposição política ao massacre da pandemia se deveu, sobretudo, a essa aliança bolsolulista. Nenhuma central sindical se mexeu de verdade apesar das demissões, mortes, desemprego e corrupção (o caso Covaxin é apenas o caso mais recente). A dita “oposição” parlamentar de Lula jogou parada, fazendo o cálculo político sobre as mortes pensando nas eleições de 2022.
Por isso O Corneta defende as manifestações pelo impeachment imediato do presidente. A pressão popular pode pressionar o Congresso a apertar o botão e dificultar o reerguimento do PT, o partido patronal com mais meios de prejudicar a classe trabalhadora no Brasil. Como já deu pra perceber, eles matam para se eleger.
Mas não adianta apenas marchar nas ruas, é preciso parar os locais de trabalho. A coisa fica séria quando o lucro é interrompido. Por isso devemos nos organizar na empresa e pressionar o sindicato a agir em nossa defesa. A tragédia da pandemia se deu porque os patrões não aceitaram parar de produzir e não encontraram resistência à altura. Por isso defendemos que as frentes que organizam as manifestações pelo Fora Bolsonaro, composta por Centrais Sindicais, organizem um dia de paralisação nacional. Esse é o ponto inicial para a classe trabalhadora tomar nas mãos o seu destino contra Bolsonaro, Lula e patrões.