Transição Socialista

Prisão de Temer: falência intelectual dos petistas


A prisão de Temer revela que os petistas e aliados não têm mais propósito algum de existência, senão o de mentir a todo instante à população e às suas bases.

Trata-se da completa falência intelectual e histórica do PT e dos setores que o apoiaram nos momentos chave da atual crise política nacional (como o impeachment da Dilma e a prisão do Lula). Falamos de setores como PSOL (sua direção e grupos majoritários), MST, MTST, Levante Popular, PCB, MRT etc.

Para os petistas e consortes, com sua leitura surreal dos fatos, a prisão de Temer é mais um capítulo do avanço do “fascismo” ou do “bonapartismo” do judiciário.

Ora, se querem ser minimamente coerentes, esses petistas têm agora de defender abertamente a soltura de Temer. Só assim poderão seguir defendendo que a prisão de Lula foi política e o impeachment de Dilma foi na realidade um golpe. Não há meio termo. Se não defenderem Temer, jogarão fora tudo o que fizeram.

É claro que há gente mais “arrojada” em sua charlatanice, gente que cria firulas para defender o indefensável. Tais pessoas falam coisas como: “Vejam só a prisão do Temer! Isso mostra que a burguesia também prende políticos de direita, mas só depois de eles já terem feito o jogo sujo principal, ou seja, depois de terem atacado a esquerda, prendido o Lula etc.”. 

Para estes, a burguesia é um só grande ser malévolo, onipotente e onisciente, que arquiteta todos os seus ataques tim tim por tim tim, que tem controle total de todas as situações. É uma versão maldosa, fria e calculista do Espírito Absoluto de Hegel, nas mãos do qual tudo e todos são títeres.

Obviamente, nada disso existe, a não ser no reino do embuste, o mundo da nossa esquerda teológica, dogmática. No mundo real, muito pelo contrário, percebe-se um aprofundamento da crise de dominação da burguesia desde junho de 2013, ou seja, desde que o PT começou a falir como principal partido burguês de manutenção da ordem social capitalista. Desde então, a burguesia se divide mais e mais, bate cabeça, dentro de seu Estado e fora dele, entre seus partidos, entre seus poderes, etc. Essa é a realidade que levou à prisão de Temer hoje (bem como à de Lula ontem e ao impeachment).

Assim, para os teólogos da “esquerda”, Temer só não tinha sido preso porque ainda “desempenhava um papel” para a burguesia. Mas no mundo real as coisas são bem diferentes. Quem não se lembra de que Temer só não caiu porque o PT e a CUT, na realidade, não quiseram? No auge da crise com a JBS (Weslley Batista), Temer chegou até a escrever uma carta de renúncia; esteve por um fio, e não caiu porque a CUT e o PT impediram que se generalizassem paralisações nacionais em protesto. Lula queria que Temer terminasse de aprovar as reformas nefastas apresentadas por Dilma (trabalhista e previdenciária), para não ter de fazê-lo, caso fosse eleito em 2018.

Alguns do nossos teólogos da “esquerda” ainda acham que a “querida” Dilma está toda sorridente neste momento, se sentindo vingada pela história. Acreditam mesmo nisso? Neste momento, Dilma está atemorizada diante da possibilidade de ela própria ser presa, e mais: diante da possibilidade de uma delação futura de Temer envolvê-la mais ainda em corrupção. Todos eles têm rabo preso.

Mas que se matem! Aliás, assim se cria a maior chance hoje de não passar a reforma da previdência no Congresso. Afinal, agora, o MDB de Temer está encurralado, morrendo de medo, e culpabilizando Bolsonaro e Moro por não controlarem direito a Polícia Federal. Pega fogo, cabaré! 

A última questão que fica para petistas (e viúvas) é: vocês apoiarão o “fascista” Bolsonaro amanhã, quando houver o risco de um “golpe” do Mourão (impeachment) contra o “mito”?

Temer: vai tarde! Divirta-se na cela com Lula, Cabral e sua laia burguesa! Estes aquecerão ela para Bolsonaro e sua família!