Transição Socialista

Todos às ruas dia 12! Impeachment já!

Quem é contra unificar o ato do dia 12 é a favor de deixar Bolsonaro no poder e só quer a eleição de Lula.

Tirar Bolsonaro é fundamental não apenas porque ele ainda atrapalha qualquer ação sanitária mais séria na pandemia. E não apenas porque ele insufla lunáticos que podem se tornar perigosos amanhã. Para os revolucionários, tirar Bolsonaro é importante também porque torna mais instável a dominação da classe dominante.

Desde junho de 2013, o país passa por instabilidade, ingovernabilidade política. Os representantes burgueses de plantão – os petistas – foram derrubados como resultado disso. Uma falsa esperança “para mudar tudo o que está aí” surgiu: Bolsonaro. Mas, como sempre dissemos, Bolsonaro era só o complemento dos petistas e uma hora isso ia ficar claro a todos. Hoje isso está claro inclusive para grande parte (senão a maioria) dos que votaram em Bolsonaro.

A queda de Bolsonaro coloca a burguesia em maus lençóis, pois ela não tem outra falsa opção consistente. Inclusive, grande parte da burguesia já retorna a Lula, crendo que ele poderá salvar sua governabilidade. Por isso Lula foi arbitrariamente liberado das acusações.

Os revolucionários devem apostar na queda de Bolsonaro, como forma consciente de agravar a instabilidade da classe burguesa. E mais: sem Bolsonaro no páreo, também Lula fica muito enfraquecido – pois só consegue se eleger se tiver como oponente Bolsonaro no segundo turno. É preciso enfraquecer conscientemente os dois principais nomes da ordem burguesa hoje.

Os petistas não querem que Bolsonaro caia antes da eleição. Por isso, dividem e espaçam os atos de oposição. Por isso, com seus sindicatos, impedem qualquer movimentação dos trabalhadores nos locais de trabalho.

O resultado é que o presidente se fortalece, consegue fazer atos maiores do que os da oposição. E novamente a “esquerda” deixa a revolta contra o governo ser sequestrada por setores políticos de “direita”, como MBL e Vem Pra Rua. Estes se mostram até mais coerentes do que a “esquerda”, pois topam unificar as mobilizações contra o governo. Ou seja: mostram-se mais coerentes na oposição ao governo, e, por isso, recuperam respaldo popular. Os petistas são os responsáveis diretos pelo momentâneo fortalecimento de Bolsonaro e dos antes desmoralizados grupos de “direita”.

É preciso dizer claramente: quem é contra unificar o ato do dia 12 é a favor de deixar Bolsonaro no poder e só quer a eleição de Lula. São os que querem uma boquinha do Estado como resultado da próxima eleição.

Todos às ruas dia 12/09!
Pela unificação dos atos!
Impeachment já!