O serviçal corrupto da Burguesia, Lula, está há um ano na prisão. Não temos nada a lamentar, somente a torcer: que não saia! Se a crise de dominação da burguesia faz com que ela brigue entre si, tanto melhor para os trabalhadores!
Mais uma vez, sob diversas formas, a verdade dói aos olhos: as grandes manifestações de massas e as greves, sobretudo desde 2013, a lava-jato, o impeachment, a prisão de vários políticos burgueses, as brigas entre os poderes, a recente e inesperada eleição de Bolsonaro – todos esses elementos são expressões da crise de dominação crescente da burguesia no Brasil. Não teve golpe, não teve avanço do fascismo. Teve queda do governo burguês do PT, há crise política, há luta de classes. Há riscos, evidentemente, mas há grande oportunidade para a esquerda revolucionária e para a construção de organismos de luta e de poder da classe trabalhadora.
Lamentavelmente, a população trabalhadora se vê desesperada, sob violento impacto da crise capitalista sobre suas condições de vida, sem uma alternativa política ao desgastado regime político burguês, sem uma alternativa à “velha” ou à “nova” política da burguesia.
E o que faz hoje a minúscula autointitulada “esquerda socialista”? Vergonhosamente, se presta a lamentar o aniversário de Lula na cadeia, se presta a defender a liberdade deste, como acabou tendo de defender a liberdade de Temer ontem. Essa mesma “esquerda”, que ajudou a erguer o espantalho “Bolsonaro”, para poder falar de fascismo e capitular uma vez mais ao PT, apoiando Haddad. Eis por que não surge algo digno da revolta popular neste país! Agora, esse tal “fascista” super-perigoso, Bolsonaro, mostra-se muito mais um trapalhão incompetente, perdendo apoio popular e naufragando em todas as pesquisas.
Lula e o PT foram fundamentais para a transição pacífica e controlada do regime militar para a dominação “democrática”, e depois à sua manutenção nas últimas décadas. Desde a origem, serviram para conter a revolta da classe operária contra o regime militar, para iludir a população trabalhadora com o regime democrático burguês, para conciliar com os patrões, aparelhar os sindicatos, eleger seus deputados, ganhar prefeituras, enriquecer… até finalmente gerirem eles mesmos os negócios da burguesia no governo federal contra a população trabalhadora. Os patrões nunca lucraram tanto, ou seja, nunca os trabalhadores foram tão explorados quanto nos governos do PT. O roubo à classe trabalhadora talvez só seja similar ao período mais violento da ditadura militar (o tal do “milagre econômico”).
As mentiras contadas por Lula e o PT caíram definitivamente em descrédito. As ilusões com o atual sistema político se esgotaram. Caiu o PT, e junto com ele a estabilidade da dominação da burguesia.
Hoje, enquanto se finge de oposição no parlamento, o PT não move uma palha do aparato sindical que controla com a CUT, no que realmente importa, não move um dedo para derrotar a reforma da previdência e o governo Bolsonaro. Desde sempre o PT atua para que as reformas passem! O PT prefere aprovar as reformas em vez de derrubar o governo Bolsonaro.
Lula ainda se alimenta da miséria do povo, da memória de migalhas concedidas em momentos mais favoráveis da economia, como um bom populista. Solto e com direitos políticos, se fosse presidente, certamente seria mais forte e perigoso que Bolsonaro, certamente muito mais capaz de passar as reformas. Seria provavelmente um serviçal dos capitalistas muito mais útil, com a crise, capaz de impor ainda mais o aumento da opressão e da exploração da classe trabalhadora brasileira.
Que continue preso junto aos demais bandidos da burguesia! Se a crise da burguesia faz com que ela brigue entre si e corte na própria carne, tanto melhor para os trabalhadores!