Nas últimas distribuições do Corneta a TM chamou a polícia para nós alegando que haveria confusão na empresa. Mesmo os soldados da polícia, vindos em três viaturas e de metralhadora na mão, tiveram que assumir que não havia nada de errado em entregar um jornal pacificamente e foram embora. Em outro dia, ao fim da distribuição na planta 1, a diretora do jurídico veio pessoalmente até nós para “conversar sobre problemas que estão acontecendo dentro da TM”. Recusamos a nos reunir de portas fechadas com a empresa.
O motivo é muito simples. Se há problema para a TM, há mil vezes mais problemas para o chão de fábrica. É preciso que a empresa ouça o chão de fábrica.
O Corneta é o jornal que dá voz ao chão de fábrica oprimido e amordaçado todo dia. Diante das denúncias graves que publicamos e das intimidações da empresa, O Corneta deveria sentar com a empresa para conversar? Acreditamos que há muitos problemas anteriores à nossa existência que a empresa deve se botar a resolver:
Perseguição, humilhação, arrocho, falta de equiparação salarial, fraudes, acidentes de trabalho, demissão etc, etc.
Sem dar condições mínimas de existência para o chão de fábrica, a empresa ainda quer que ouçamos suas intimidações e denúncias contra os trabalhadores? O setor jurídico da TM tem muito a resolver quanto à fraude dos PPP’s, às recusas de abertura de CAT, às demissões fabricadas, às práticas anti-sindicais e por aí vai. Se perde tempo nos intimidando é porque não busca solucionar o básico da lei, enxergando apenas a lei do lucro.
O Corneta senta pra conversar é com o chão de fábrica e se for este o desejo da peãozada levaremos suas reivindicações para frente. É apenas com a luta da maioria que conquistamos vitórias e escrevemos a lei dos trabalhadores.
Defender as condições de vida do peão contra a lei exploradora do patrão!