Pressão para produzir mais, pressão para pagar menos, ameaças de demissão, excesso de horas extras, trabalho nos feriados, insalubridade, condições precárias de segurança, quebra de atestados, lesões, acidentes e mortes constantes. É a tragédia impulsionada pela fome de lucro. A produção não pode parar. Vocês viram o que a Vale falou em Brumadinho? O presidente da Vale disse que a empresa é uma “joia nacional” e não pode ficar paralisada por conta da “tragédia”. Da mesma forma, na Cinpal (leia aqui), após suicídio de operário, o patrão queria inventar uma forma de esconder o corpo, para não ter que parar a produção!
Veja na tabela à os dados oficiais mais recentes, de 2017, do número de acidentes, afastamentos e mortes relacionados ao trabalho no Brasil.
Cabe ressaltar que os dados oficiais não abarcam os acidentes e mortes escondidos pelos patrões, temos na realidade casos mais numerosos.
Estes números mostram o desprezo dos patrões pela classe trabalhadora. Os quadros de adoecimento por depressão e ansiedade relacionados ao trabalho são a segunda maior causa de afastamento no Brasil. Para piorar, a Medida Provisória 664, apresentada por Dilma no fim de 2014, piorou a situação: além de restringir o acesso ao seguro-desemprego e da pensão por morte, o governo do PT dificultou o acesso ao auxílio-doença. Isso leva à subnotificação de doenças crônicas, sobretudo transtornos mentais. Os trabalhadores em crise são forçados a voltar ao trabalho para a empresa manter sua estatística zerada, mesmo que nenhum problema tenha sido resolvido.
Leia Suicídio na fábrica