E tomaram passa-moleque dos patrões
As grandes centrais sindicais do Brasil sempre fazem corpo mole pra luta no chão de fábrica e enrolaram pra convocar paralisações nacionais contra as reformas trabalhista e previdenciária. Não pautaram a luta por empregos e salários na paralisação de 28/04 e deixaram de organizar os trabalhadores da maioria das empresas. Agora foi pior, prometeram convocar uma nova paralisação em 30/06 e desistiram no meio do caminho.
As cúpulas das centrais focaram nos seus interesses particulares e fizeram um aceno aos patrões e governo para tentarem se garantir. Para a alegria dos inimigos, dias antes da paralisação “nossos” representantes sindicais disseram que não a convocariam mais e a esvaziaram, apenas pequenas centrais como a Conlutas e a Intersindical lutaram à sério. Onze
dias depois da traição a reforma trabalhista foi aprovada.
A barganha deu errado
As grandes centrais não são contra a terceirização e as reformas. Força Sindical e UGT sentaram muitas vezes pra negociar as reformas em troca da manutenção do odiado imposto sindical. Até a aprovação da reforma trabalhista parecia que o governo iria dar esse presente em troca dos serviços prestados. Mas agora que o serviço sujo já foi realizado o governo parece voltar atrás e querer manter a extinção do imposto. Uma mostra de como funciona a “livre” negociação com o patrão…
A CTB e a CUT (primeira a defender o “acordado sobre o legislado”) também queriam a manutenção do imposto, mas queriam ainda mais usar a luta pra fazer campanha pro Lula. Não parece estar dando certo, um dia depois da aprovação da reforma Lula foi condenado e até agora não há reação da classe trabalhadora contra isso. A maioria dos trabalhadores quer ver todos os corruptos presos e sabe que Lula é um deles.
Revolta só aumentará
A partir de novembro a CLT será ainda pior. Os patrões e o governo terão mais armas para nos obrigar a trabalhar cada vez mais ganhando cada vez menos. As condições de trabalho irão piorar e a estabilidade no emprego diminuir. Já neste fim de ano os patrões farão uma leva de contrações mais precárias e com salário menor.
Mas a burguesia está perdida batendo cabeça para resolver sua crise. Comete erros como achar que a extinção do imposto sindical enfraquecerá os trabalhadores, o que é a única coisa boa da reforma para nós. O imposto é uma das formas de atrelar os sindicatos ao Estado, faz os sindicalistas se preocuparem mais com o governo e o patrão que com o peão. E os corruptos que competem com o PT erram ao achar que atacando Lula e seu partido enfraquecem os trabalhadores, na verdade abrem caminho pra nossa luta independente.
A burguesia está pressionando cada vez mais a burocracia sindical. Se nos organizarmos melhor na base, juntando os ponta firme no chão de fábrica, podemos pressionar os sindicalistas a se mexerem, afinal eles dependem da gente.
A situação está difícil, mas ainda temos chances de barrar a reforma da previdência. Isso seria um grande impulso à luta permanente de todo trabalhador por emprego e salário dignos, contra as demissões e o arrocho salarial.
Contra as demissões e o desemprego: divisão das horas de trabalho entre todos!
Contra o arrocho salarial: reajuste mensal dos salários pela inflação!