Lamentamos muito a morte do companheiro da Cinpal que se suicidou na própria fábrica na semana passada. O funcionário de 59 anos sofria com depressão, e, segundo relatos da rádio peão, teve seu parecer de afastamento médico de 15 dias negado pela empresa. Por isso, desesperado e sem saída, resolveu tirar a própria vida.
Ou seja: o companheiro foi levado à situação do suicídio pela própria empresa! Não foi ele que se matou! Ele foi “suicidado” pela política doentia da Cinpal, que não respeita a saúde dos seus trabalhadores! Essa política doentia é atestada no crescente número de denúncias que recebemos contra os “médicos” da Cinpal. Chega de assédio na Cinpal!
Diante disso, exigimos:
1) Que os atestados de fora sejam aceitos pela Cinpal, sem necessidade de parecer interno! Os médicos da Cinpal não devem ficar dando pareceres contrários aos de outros médicos. Devem servir apenas para tratar de acidentes internos à empresa!
2) Que os médicos que negaram o parecer do companheiro sejam imediatamente afastados do cargo! Que novos médicos sejam contratados, mas aprovados por representantes dos trabalhadores. Não dá mais pra aceitar tanto descaso e abuso por parte dos médicos que a Cinpal escolhe!
3) Pela responsabilização jurídica da Cinpal no caso desse assassinato! Não deve ser tratado meramente como problema individual, do companheiro que se suicidou, mas sim como de responsabilidade da empresa!
——
Seu Victor tentou esconder o cadáver?
A rádio peão também diz que o senhor Victor tentou despachar o cadáver do companheiro pelo resgate para que não permanecesse ali e para que não houvesse perícia. A polícia exigiu que o corpo permanecesse e a perícia fosse realizada. O patrão queria esconder algo? Ou queria que o trabalho retornasse à “normalidade” o quanto antes, sem dar valor à vida? A investigação do caso tem que ir até o fim e a empresa tem de ser responsabilizada!
Olheiros da Cinpal no velório
A Cinpal pediu para ninguém comentar o assunto. Ela tentou abafar de todo jeito e até mandou capachos no velório para pressionar. Os companheiros do chão de fábrica que foram ao velório ficaram com medo de expressar suas condolências e sentimentos à família. Que ação repugnante, Cinpal!
Para o sindicato é coisa só do operário
Em nota, o sindicato apenas noticiou o ocorrido e divulgou dados gerais sobre a depressão, sem relacionar tal enfermidade à situação concreta no local do trabalho! “O sindicato não faz nada, só virá aqui pra negociar emenda de feriado”, alerta um companheiro da Planta 1, local em que o colega de trabalho morreu.