Cada vez mais o sindicatos deixam de atender os interesses dos trabalhadores e quase sempre beneficiam o dos patrões! Mas nós não confundimos os sindicatos com as suas direções. Os sindicatos são instrumentos históricos da luta da classe trabalhadora e devem ser novamente tomados pelos operários para exercerem sua real função. Infelizmente, os governos que querem fragilizar os sindicatos não querem acabar com a burocracia, mas sim com a nossa possibilidade de organização. Não dá pra negociar o inegociável, nem colocar raposas pra cuidar do galinheiro.
A seguir, depoimentos de operários sobre seus sindicatos hoje.
“A atuação do sindicato na TM é uma bosta, inexistente. Não negocia salário, nem PLR, muito menos se posiciona contra os abusos da chefia. Estou há vários anos na TM e não me recordo de nenhuma assembleia, mas não sei dizer porque ele é ausente. Não sou filiado e sou contra o imposto sindical. Mas como deveria ser um sindicato? Não sei dizer no momento, mas pagaria com o maior gosto de acordo com a atuação. Precisamos de um novo modelo de sindicato, pois o sindicato foi e é uma máfia, temos que mudar isso.” (TM, São Bernardo)
“Hoje não está andando. Os sindicatos de todas as categorias perderam força. Sem esta força os companheiros ficam sem reação, acabamos negociando com os patrões como eles querem que negociemos. Já viu o que vai acontecer! Sindicato de verdade era o sindicato do passado que não tinha medo de ir à luta!” (TM, São Bernardo)
“Paguei vinte anos o sindicato e na hora da homologação fomos tratados igual a cachorros. O diretor do sindicato nem sequer deu as caras para nos atender. Fomos apunhalados pela costas!” (Bardella, Guarulhos)
“Eu nunca neguei de pagar o sindicato. Pagaria novamente. Mas é triste quando vejo sindicato dentro da empresa negociando o acertado. Negociando o inegociável, entendeu? O que não é admissível. O sindicato tem que ser independente, e as empresas do outro lado. Sou a favor aos sindicatos, eles têm uma importância sim, mas tem que assumir o papel de defensor dos trabalhadores. Na Meritor funcionava muito bem o que o nosso presidente usa, as mídias sociais, Whatsapp, e assim por diante, mas ter esse sindicato virtual paralelo, a empresa ficou triste! E falou que era proibido usar celular dentro da empresa.” (Meritor, Osasco)
“Não sou filiado e também não sou favorável à contribuição obrigatória. Acho que se o trabalhador se sentir bem representado a contribuição é espontânea. Um sindicato que luta de verdade pelos interesses do trabalhador faz muita falta. Não sei se tem alguma relação com a empresa não, o sindicato parece fraco mesmo. Assembleias são raras, o sindicato simplesmente vai lá na porta quando tem algum comunicado a fazer, e o pessoal também não dá muita atenção, é o cara falando lá e o pessoal entrando pra trabalhar sem querer entrar atrasado. Deixam o cara falando sozinho!” (Lorenzetti, São Paulo)
Leia o editorial O JOGO NÃO ACABOU!
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