Transição Socialista

Fora Dilma! Temer é o próximo!

01.09.2016

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POVO NO PODER!

A primeira peça do dominó burguês cairá — vai tarde, Dilma! Quem assume no lugar não é menos pior, mas afinal é preciso iniciar o processo por alguém. Que seja por Dilma! Iniciar um movimento que se voltará contra todos os burgueses e aproveitadores do povo. Agora é hora de garantir com todas as forças a queda da Dilma, mas já é possível atacar o próximo burguês de plantão e dizer em alto e bom som: “Temer, você é o próximo a cair!”

Não devemos temer que o governo Dilma caia por suas próprias contradições. Isso não é golpe. Não temos nada a perder com este governo burguês, mas um mundo a ganhar na nova luta que se abrirá. O fato de este governo possivelmente ser derrubado pelo parlamento corrupto é secundário. A crise e desmoralização do parlamento burguês são problemas da burguesia, que contam contra ela mesma. Aos revolucionários importa agir conscientemente — por todos os meios possíveis — para aprofundar a confusão e divisão da burguesia, e assim criar melhores condições para a classe trabalhadora passar à ação. Por trás desses corruptos no parlamento há uma enorme pressão da massa, pronta a estourar contra eles mesmos.

O afastamento do PT do Estado é ao mesmo tempo o enfraquecimento do partido que melhor controla a classe trabalhadora. PMDB e PSDB a classe trabalhadora já conhece. A queda de Dilma pode até esfriar momentaneamente as ruas, mas logo a revolta dos trabalhadores e da juventude retornará com o dobro de força contra o governo Temer. Este, aliás, entrará no governo com um índice de aprovação ainda pior que o de Dilma, e sem braços sindicais para conter a revolta dos trabalhadores. Muitas lutas se anunciam e a esquerda revolucionária precisa estar preparada.

O PT fala que, caso seja derrubado do poder, lutará contra o governo Temer para derrubá-lo. Duvidamos. Todavia, o convidamos para essa luta. Que mobilize as bases sindicais operárias da CUT contra Temer! Vejamos se o PT tem coragem de fazer essa ação de oposição. Na verdade, ele teme ser atropelado pela classe trabalhadora se tentar colocar os trabalhadores em ação. Revelar essa contradição é função dos setores sindicais de luta, que muito ganhariam com isso.

Se o Brasil caminhar para o estouro de revolta popular — possivelmente até derrubando uma série de presidentes, como na Argentina —, as condições para a reconstrução da esquerda revolucionária ressurgirão. É hora de não temer a revolta popular. O início do processo de impeachment deve desatar grandes manifestações contra Dilma, muitas delas espontâneas. A esquerda socialista deve estar pronta para entrar nessas manifestações; não deixá-las ser hegemonizadas pela direita pequeno-burguesa, e já colocar em alto e bom som que Temer será o próximo a cair.

Não é hora de defender “novas eleições” e encontrar uma saída institucional-burguesa para a crise política da burguesia; é hora de agir taticamente para aumentar a crise e a confusão políticas da burguesia. É hora de criar os organismos de luta direta da população trabalhadora, nos locais de trabalho e estudo. A burguesia está paralisada e dividida: aproveitemos este momento para radicalizar a defesa dos salários e empregos; para fazer atos e ocupações em fábricas, escolas e universidades, em suma, para criar a força da maioria. Chamemos a população trabalhadora para confiar apenas em suas próprias forças. Aproveitar a crise da burguesia para criar os organismos duais de poder dos trabalhadores e jovens! Erguer o Poder Popular!

Fora Dilma!

Temer é o próximo a cair!

Povo no poder!