Já há um ano aprofunda-se um curioso processo: as investigações da Lava-Jato cercam vários partidos, não só o PT. Isso se dá desde que Temer assumiu a presidência. As teias de corrupção que envolvem PMDB e PSDB no mesmo sistema corrupto do PT ficaram cada vez mais expostas. Mesmo antes do impeachment da Dilma falávamos que isso necessariamente ocorreria. Os petistas criticavam-nos, falando que a Lava-Jato era seletiva, e que assim que caísse a Dilma tudo refluiria. Também os pmdbistas acreditavam nisso, vide o famigerado “plano Jucá” para “estancar a sangria” e salvar Lula (conversas gravadas entre Romero Jucá e Sério Machado).
Antes de responder a essa questão, é preciso refletir rapidamente sobre a conjuntura nacional; é preciso entender o que se passa em nosso país tanto social quanto politicamente.
Afinal, Cunha não era o grande inimigo do PT, o partido visado pela Lava-Jato? Como é possível que Moro esteja prendendo aquele que (para os petistas) seria um grande aliado seu? Cunha seria aquele que, segundo os petistas, ficaria sempre solto, provando que a Lava-Jato era um golpe reacionário (apoiado pelos EUA) para derrubar o PT. Com a prisão de Cunha, fracassa mais uma vez a tese petista, superficial, do “golpe”.
Segundo os representantes da PF e do MPF, em coletiva nesta sexta-feira, “há provas concretas” de que o núcleo duro do PT constituiu uma organização criminosa que assaltou as riquezas da Petrobras por anos a fio, em conluio com gigantescas empresas, visando ao fortalecimento e enriquecimento do cartel empresarial de construção civil; à criação de uma máquina partidária capaz de garantir a manutenção do PT e aliados no poder; e ao enriquecimento pessoal ilícito de diversos políticos.
Durante esta semana, em meio ao aprofundamento das denúncias da Operação Lava-jato, foi noticiado que setores do PT estariam dispostos a iniciar um diálogo com o PSDB.