Peão comenta pedido de recuperação judicial
A agonia da Bardella enfim chegou na mídia! A empresa anunciou pedido de recuperação judicial, fato divulgado em jornais como o Valor. Operários de Sorocaba já haviam previsto isto em cornetada na edição de julho. A justificativa da empresa relaciona a sua crise com a corrupção da Lava Jato – isso já havia sido denunciado pelos operários várias vezes no jornal. Demoraram pra assumir a patifaria: repassaram o calote mesmo! Estão até desmontando máquinas (saiba lendo Bardella: “Aqui somos fantasmas!”).
E agora? Qual o destino dos recursos? Vão privilegiar acionistas, clientes e fornecedores pra variar? E as ações trabalhistas?
Abaixo, o que pensa um operário da Bardella sobre a questão:
“A pergunta aí é fácil de responder, mais uma vez é no lombo do trabalhador, até os acordos não são respeitados, as propostas que a Bardella leva em juízo são ridículas, querem parcelar em 70, 80 vezes. Querem se capitalizar as nossas custas, sem pagar um centavo de juros. Não somos acionistas, meteram as mãos nos nossos bolsos!
E a justiça protege isso, fazem propostas de miséria pra quem trabalhou durante anos lá. Se tinham excelência em usinagem era graças aos nossos esforços. Sempre nos superávamos pois os equipamentos não ofereciam as condições necessárias, mas mesmo assim fazíamos dentro das tolerâncias, sucatearam a empresa, por arrogância e incompetência administrativa e nós mais uma vez é que vamos pagar por isso!
Fica aí um alerta pra todos os trabalhadores, mesmo que goste do que faz, pense primeiro em vocês, jamais na empresa, somos somente números para eles, mais nada, faça sempre seu melhor, porém exija o retorno no momento, depois é tarde pra nós, e cobrar na justiça, somos nós quem perdemos também, seja pela demora ou honorários advocatícios. Na Bardella erramos demais em querer acreditar que era apenas uma fase ruim.”
Pra saber como os executivos da Bardella garantiram o próprio salário milionário antes de pedir esse “arrego judicial” e as possíveis artimanhas dos acionistas pra livrarem a própria cara no naufrágio, ouça o episódio 4 da Rádio Corneta