Reproduzimos a carta enviada por Rodney Álvarez a diversas organizações para sua divulgação (original disponível aqui), e seguimos protestando por sua libertação imediata por parte da ditadura de Nicolás Maduro.
“Saudações aos companheiros, irmãos e amigos.
Companheiros, como vocês bem sabem, este é um governo acobertador, corrupto, miserável, anti-operário e vil.
Este governo anti-trabalhador e acobertador fez de mim, Rodney Álvarez, bode expiatório para acobertar e proteger seu assassino de aluguel, seu criminoso.
Eu, Rodney Álvarez, fui encarcerado, acusado e condenado sem nenhuma prova, somente por ser um trabalhador, um assalariado, um escravo moderno do Estado Capitalista Venezuelano. Que nos baleiam, nos reprimem, nos espancam e só recebemos migalhas.
O réu que o Estado Capitalista Venezuelano persegue é toda a classe operária e trabalhadora da Venezuela.
Eu, Rodney Álvarez, trabalhador, operário da empresa Ferrominera Orinoco, fui sequestrado por este Estado Capitalista Anti-Operário Venezuelano. Já com 10 anos de sequestro e privado de minha liberdade, ilegitimamente, com base em supostas provas que não existem, que jamais existiram, e que os próprios relatórios policiais confirmam que jamais existiram, o Estado Capitalista determinou uma sentença de 15 anos sobre a minha pessoa, sem ter qualquer tipo de prova acusatória.
Todas as provas do homicídio pelo qual fui condenado ilegitimamente recaíam e recaem sobre um único culpado, o capanga e assassino de aluguel Hector Maican, criminoso oficial a quem quiseram acobertar, cuja falta de vergonha quiseram esconder.
Não me mantenham na prisão sem ter nenhum tipo de provas. Tratam-nos como bestas, como animais, e não é surpreendente, porque assim somos tratados todos os trabalhadores venezuelanos. Devemos todos sacudir o jugo que nos oprime, que nos aperta. Todos nós devemos nos levantar. Por quê? Porque nosso socorro oportuno somos nós mesmos.
Deixem-me dizer a vocês, cidadão Promotor Regino Cova e cidadão Juiz Pablo Jose Vicentelli Puertas, vocês me separaram da minha família, roubaram dez anos da minha vida e me mantiveram em cativeiro na prisão de El Rodeo, vivendo as piores vicissitudes, torturando-nos e tratando-nos como um vil criminoso e assassino, e não satisfeitos, me sentenciaram de maneira ilegítima e injusta a 15 anos de prisão.
Ao cidadão promotor Regino Cova, pergunto: de que você me acusa e me mantém privado de liberdade, ilegitimamente sequestrado sem nenhum tipo de provas, sabendo você desde sempre, por todos os relatórios policiais, quem é o verdadeiro culpado da morte do companheiro Remy Rojas?
Quando um oficial da Guarda Nacional promovido pela Procuradoria identifica o cidadão Hector Maican como o indivíduo de quem apreendeu uma pistola, por que você me incrimina sem ter nenhum tipo de provas e me mantém longe da minha família?
Deixe-me dizer, cidadão promotor e cidadão juiz, que Rodney Álvarez, como vocês sabem muito bem, é inocente, e não vou descansar até recuperar minha liberdade e até que se faça verdadeira justiça. Poderão me manter sequestrado e privado de minha liberdade ilegitimamente, mas meu pensamento sempre estará firme na emancipação da classe trabalhadora.
Pedi ao cidadão Juiz Pablo Jose Vicentelli Puertas que se apegasse ao Direito, que fizesse justiça, já que este julgamento é uma injustiça, um julgamento viciado desde o início, já que não havia provas que me culpassem, que me incriminassem de ter cometido tal crime ou tal homicídio do qual me acusavam.
Se de algo sou culpado, é de gerar lucros, mais-valia, ao Estado Capitalista Venezuelano gerido por políticos corruptos, pelo que sou, um simples trabalhador e assalariado que vende sua força de trabalho para poder sobreviver com migalhas.
E com isso é que me pagam, me enfiando na cadeia para esconder e proteger o verdadeiro assassino, Hector Maican, sicário e assassino ao serviço do Estado Patrão Capitalista. Cidadão juiz, eu te peço que faça justiça.
Companheiros, irmãos e irmãs da classe trabalhadora, nós mesmos devemos fazer o esforço e sair às ruas, porque ninguém vai se levantar por nós, ninguém vai lutar por nós. Cabe a nós mesmos lutar nas ruas para defender nosso direito de trabalhar com dignidade e liberdade.
Muito obrigado, é tudo o que tenho a dizer.
Uma só luta, uma só classe,
Rodney Álvarez
Saudações, companheiros”