A casa caiu. Com a gravação do dono da JBS, o governo de Michel Temer acabou e não fará as reformas. Ele falava que afastaria ministros réus, agora terá de afastar a si mesmo. É hora de ir pra rua e não sair mais! É hora de ocupar Brasília!
Chegou a verdadeira hora do “Fora Temer”, pois será defendido com o apoio das massas, numa forma que realmente enfraquece o conjunto do sistema político-burguês brasileiro. Antes disso, por mais que as massas não gostassem do governo Temer, não queriam ainda derrubá-lo, pois não sabiam onde isso poderia dar. O “Fora Temer” era antes principalmente diversionismo petista (primeiro era o “Volta Dilma” camuflado, depois o “Lula 2018” camuflado). Agora é algo que enfraquece necessariamente o PT, pois enfraquece profundamente toda a ordem burguesa. Por mais que o PT tente lucrar, tente fazer impeachment, disso só sairá uma maior e mais profunda briga dos setores burgueses, o que ajuda a classe trabalhadora. Eles que se matem, eles que se desmoralizem!
Agora as massas colocarão para si uma nova tarefa. Apesar de ainda não saberem o que a crise abrirá, apesar do insondável e imprevisível, as massas encararão o risco, pois a situação torna-se ultrajante, indigna e insustentável. Como aceitar ser governado por um presidente comprovadamente corrupto?
Não restou nada dos grandes partidos burgueses. Temer comprou o silêncio de Cunha. Aécio buscou propina para defender-se da Lava-Jato — e ainda requisitou um intermediário que, segundo ele, em caso de risco, poderia ser assassinado (um que “a gente mata”). Guido Mantega era o intermediário de Lula, e o PT tinha uma conta na JBS. Temer, Aécio, os Perrela, Mantega, Lula, Cunha, são todos agora uma só pessoa.
Derrubar Temer agora é, por meio do imprevisível, destroçar o sistema deles e abrir caminho para o nosso. Rodrigo Maia é o previsível, portanto não dará conta do que se abrirá. Não tem tamanho, nem partido. A esquerda revolucionária deve ser cuidadosa, pois justamente em momentos assim não se deve alimentar ilusões nas instituições burguesas. Os momentos imprevisíveis são aqueles em que se abrem possibilidades históricas. Muito mais do que “novas eleições”, “constituintes” e outras panacéias que reforçam a legalidade burguesa, é hora de apostar na via autônoma, nos organismos independentes da classe trabalhadora. Antes de tudo, é hora de ir para a rua e não sair mais!
Se Temer não cair logo, o ato do dia 24/05 adquirirá uma nova significação. Muito mais do que a farsa das burocracias sindicais, tornar-se-á a invasão do Palácio do Planalto, por massas vindas de todo o Brasil. Que assim seja!