Nesta terça-feira (24) a cidade de São Paulo e região metropolitana amanheceram com uma nova paralisação dos trabalhadores que operam o transporte de trens. Desde a meia-noite os empregados das linhas 11, 12 e 13 cruzaram os braços e fecharam as estações em resposta aos calotes e enrolações da empresa nas conversas sobre o reajuste salarial. Os ferroviários estão com salários e benefícios congelados há mais de dois anos, e a Participação nos Resultados de 2020 (que é, na prática, uma parte do salário que é paga anualmente por produtividade) foi objeto de sucessivos calotes, e não foi paga integralmente até hoje. Isso, em meio ao aumento acelerado dos preços dos itens de consumo do trabalhador – mercado, energia elétrica, gasolina – vem gerando uma situação de degradação crescente entre a categoria.
A greve de hoje está tendo adesão massiva dos trabalhadores, nos três turnos de trabalho. As linhas 12 e 13 estão inteiramente paralisadas, e a 11 funcionando apenas parcialmente, e isso devido aos supervisores e encarregados, porque a peãozada demonstrou grande disposição de luta, parando a operação e correndo os trechos pra mobilizar os colegas. Agora, sob grande pressão, o secretário de transportes de São Paulo, Alexandre Baldy, anunciou a demissão de 10 maquinistas “para que a gente dê como exemplo”, em suas próprias palavras.
Não podemos admitir essa repressão! A categoria vem construindo sua mobilização ao longo de meses, pelos seus salários, pelas suas condições de trabalho (precárias e piorando a cada mês) e pela vacinação. Mesmo com as dificuldades de estar dividida em três sindicatos diferentes, mesmo com a atuação oportunista e desmobilizadora dos dirigentes sindicais, mesmo em meio a mentiras deslavadas espalhadas pelo governo (que tenta levar a população a acreditar que o salário da categoria ultrapassa os 6 mil reais), os ferroviários conseguiram construir pela base outra forte mobilização!
É preciso reunir todos os trabalhadores da CPTM, de todas as linhas e setores, para fazer uma mobilização unificada e não aceitar nenhuma demissão e nenhuma punição aos colegas! Baldy e Doria subiram o tom porque estão sob pressão e temem o poder da categoria unida! É hora de demonstrar esse poder com uma paralisação unificada! Os diretores sindicais precisam parar com as intrigas eleitoreiras e marcar uma greve de toda a empresa, na mesma data, para derrubar as demissões e forçar a CPTM a pagar o que deve e reajustar nossos salários de acordo com a inflação!
ABAIXO A REPRESSÃO DO GOVERNO CONTRA OS FERROVIÁRIOS!
UNIR A CATEGORIA CONTRA A EMPRESA! SINDICATOS, MARQUEM UMA GREVE UNIFICADA!
NÃO ACEITAMOS NENHUMA DEMISSÃO!