Transição Socialista

No 1º turno: Vote em Vera Lúcia (PSTU) e nos candidatos do Polo Socialista

A Transição Socialista publicou recentemente sua defesa do voto nulo em eventual segundo turno disputado entre Lula e Bolsonaro (veja aqui). Esse posicionamento antecipado se fez necessário contra o perigoso consenso que se tem forjado de adesão à candidatura de Lula, particularmente entre a autodenominada “esquerda socialista”. Essa posição é parte da nossa luta intransigente pela construção de uma nova e verdadeira esquerda no Brasil, independente do PT e de seu projeto burguês.

Com esse mesmo propósito, no primeiro turno votaremos nos candidatos do PSTU e do Polo Socialista e Revolucionário e apoiamos Vera para presidente!

O Polo Socialista e Revolucionário aglutina em torno do PSTU importantes lutadores, organizações e militantes dissidentes do PSOL que resistem em suas fileiras contra a adesão ao lulismo. Nos somamos aos esforços desses companheiros, apresentando nas eleições uma contraposição ao Lula e à falida política burguesa.

O PSOL, maior legenda da suposta “esquerda radical”, sequer terá candidato a presidente, apoiando Lula já no primeiro turno. Em São Paulo, não lançará candidatura ao governo para apoiar Fernando Haddad. No Rio de Janeiro, nem haverá candidato ao Senado, apoiando logo de cara Freixo e Molon do PSB. Ao mesmo tempo em que se dilui totalmente na política burguesa, o PSOL morre enquanto alternativa de combate da classe trabalhadora.

Há anos denunciamos esse processo, especialmente desde o ingresso de Boulos no partido em 2018. Em mais de uma ocasião chamamos os companheiros honestamente comprometidos com a luta dos trabalhadores a romper com o PSOL para fortalecer, fora dele, um polo dos revolucionários [Veja aqui o chamado mais recente: Saiam do PSOL e entrem no Polo Socialista].

Saudamos, portanto, os valorosos companheiros e as organizações que hoje fazem esse movimento de ruptura e ingressam no Polo Socialista e Revolucionário. Essa movimentação favorece a construção de um novo organismo de combate real dos trabalhadores contra a burguesia.

Há ainda duas outras candidaturas autodenominadas socialistas nessas eleições. Além de Vera pelo PSTU/Polo Socialista, Leonardo Péricles é pré-candidato pela Unidade Popular (UP), e Sofia Manzano pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Embora tenham lançado pré-candidaturas próprias, a UP e o PCB estiveram nos últimos anos na linha de frente da defesa do PT, insistindo na farsa de que o impeachment de Dilma em 2016 foi um golpe e inocentando Lula dos seus crimes burgueses. Ajudaram a espalhar a narrativa de que a crítica e o combate ao petismo serviriam para fortalecer “aspirações golpistas” e que isso seria “fazer o jogo da direita”. Contribuíram diretamente para o fortalecimento do PT e de Lula desde então, enquanto o PSTU e a maioria do Polo Socialista não cumpriram o mesmo papel.

Nesse sentido, as candidaturas do Polo Socialista, em que pese as nossas diferenças programáticas (veja série de textos sobre o programa do PSTU no Polo aqui), apresentam a melhor alternativa para que os trabalhadores rejeitem Lula e os demais candidatos burgueses nesse pleito eleitoral. Dentre os partidos do setor autodenominado socialista, que inclui também PCB, UP e PSOL, o PSTU continua sendo a legenda que mais se opõe ao petismo pela esquerda (ainda que não com a contundência que julgamos necessária).”

O Polo precisa avançar como oposição ao PT e a Lula nas eleições e depois delas. Isso não ocorrerá se o PSTU e demais companheiros seguirem aceitando passivamente a tese de que Jair Bolsonaro poderá conduzir um golpe com sucesso, sendo uma ameaça burguesa mais perigosa que Lula. Como já dissemos, o presidente chefia um dos governos mais fracos do Brasil desde o fim da ditadura militar. Bolsonaro não tem respaldo da maioria da população e não é figura bem aceita nos círculos militares. Pelo contrário, é mais forte entre os velhacos da reserva, que já não apitam mais nada na política nacional.

Assim, aceitar a tese de um “risco golpista” serve somente para apoiar, mesmo que de forma disfarçada, a vitória de Lula num eventual segundo turno. Não contribui para organizar a classe trabalhadora, muito menos ajuda a construir uma via dos revolucionários independente do petismo e do peleguismo sindical.

Uma capitulação à pressão petista no segundo turno enfraqueceria o Polo Socialista. Para firmar o Polo enquanto uma alternativa de luta para a classe trabalhadora no próximo período, o voto em Lula precisa ser rejeitado pelas organizações que o compõem. Não ceder ao PT é crucial se queremos avançar na unidade dos revolucionários na ação prática nos próximos anos, num cada dia mais provável governo Lula. A oposição a Lula deve começar desde já para erguermos juntos uma nova direção revolucionária no país para a classe trabalhadora.

Quando o espantalho do “golpismo” (assim como o espantalho do “fascismo” de Bolsonaro) for desmontado e Lula for eleito, o que os revolucionários que ajudarem em sua eleição terão em mãos para combatê-lo junto ao proletariado? Votar em Lula no segundo turno também é desarmar a esquerda e a classe trabalhadora para os combates que certamente virão. Votar em Lula desorienta os trabalhadores e confunde ainda mais a esquerda com o petismo. A ruptura definitiva com o PT é requisito ao Polo Socialista e Revolucionário para vislumbrar um horizonte político próprio da classe trabalhadora.

Chamamos voto na Vera Lúcia do PSTU para presidente e nos demais candidatos do Polo Socialista e Revolucionário em todo o país, pelo fortalecimento de uma esquerda independente do PT e da burguesia. E chamamos os companheiros a seguir esse mesmo caminho, sem capitular ao PT até o final das eleições.

Nenhum voto no PT! Vote nos candidatos do Polo Socialista e Revolucionário!