A última campanha salarial, fechada em março, mostrou que os sindicatos estão despreparados para defender os ferroviários. Quiseram abrir negociação de pontos do contrato coletivo com a empresa, no lugar de ficarem na defensiva, e tiveram que sair com o rabo entre as pernas. Falaram muito de ação conjunta dos três sindicatos, mas onde teve união? Fizeram assembleias separadas, cada tatu no seu buraco, ao invés de unir a categoria. E o ferroviário ficou de fora: afinal, quem tem coragem de ir na toca dos olheiros e dedos-duros? A unidade dos sindicatos só existiu na pelegagem, por meio da ameaça: “nem adianta mobilizar a base aqui, porque o sindicato de lá já vai aceitar a proposta da empresa, aí lutaremos sozinhos”.
Desta vez tivemos sorte: a empresa abriu mão de destruir cláusulas importantes do contrato coletivo. Mas por pouco não houve um desastre. E o perigo não passou… A CPTM já está atacando, diariamente, o ferroviário: é a falta de empregados sendo compensada por desvio de função, horas extras, e mais pressão no trabalho, que, por sua vez, geram acidentes, aos quais a chefia orienta os funcionários a não abrirem CAT… É a utilização do PCCS para a promoção de puxa-saco de chefe e dedo-duro, para controlar e oprimir os empregados. É o projeto de privatização da CPTM que vem para foder com a vida do ferroviário.
Estamos nos preparando para entrar numa guerra com a empresa e estamos armados… com uma armadura de papel! Não dá para esperar até a próxima campanha salarial pra ver a incompetência da direção do sindicato em ação. O Corneta apoia que os trabalhadores combativos sejam a voz da ferrovia nas reuniões bimestrais, na discussão dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários, e na CIPA. E vamos botar a boca no trombone, denunciando cada movimento da empresa! Unidade de todos os trabalhadores da ferrovia!