Os ferroviários, os trabalhadores dos correios, da Air France (empresa de transporte aéreo) e os funcionários públicos do setor de energia, da saúde e da educação cruzaram os braços contra os recentes ataques do governo de Emmanuel Macron, na França.
Os ferroviários franceses estão há mais de dois meses em “greve alternada” (a cada cinco dias trabalhados, paralisam dois dias). Fazem isso contra a privatização das ferrovias e a extinção do Estatuto dos Ferroviários (garantia legal dos direitos trabalhistas da categoria). Sua greve despertou outras categorias a protestar contra o governo: professores, enfermeiros, garis, trabalhadores de transporte aéreo e várias outras categorias do funcionalismo público… Todos cruzaram os braços ao mesmo tempo. Estudantes universitários e secundaristas agora ocupam seus locais de estudo contra as medidas de restrição do acesso à universidade.
A França está em chamas e quer retomar o legado de maio de 1968, quando uma enorme greve geral dos trabalhadores e estudantes quase derrubou o governo. Eles repetem a mesma palavra de ordem daquela época: “Nós iremos até o fim!”
Macron quer atacar os trabalhadores, aprofundando as políticas de austeridade e a precarização iniciada pela reforma trabalhista de 2016. Essa reforma acabou com a jornada de trabalho de 35 horas semanais, facilitou as demissões, diminuiu o pagamento de horas extras, e facilitou o “negociado sobre o legislado”. Parece a reforma trabalhista brasileira, não é? Então sigamos o exemplo dos franceses! Allons enfants de la Patrie. Le jour de gloire est arrivé! (Avante, jovens da pátria! O dia da glória chegou!)