PLR mostra: não somos sócios do patrão!
É fato: o lucro da TM cresceu e a PLR da peãozada diminuiu. Como pode? A parcela de julho foi de 1,3 salário, muito abaixo dos 2 ou 2,5 salários que o pessoal calculava. Para resumir nas palavras de um companheiro: “uma bosta, 1 salário foi pro imposto de renda, sobrou pra gente 0,3 salário, são uns fdp!”.
Como noticiamos anteriormente, a TM fechou 2018 com lucro líquido de R$ 149 milhões, 10,5% superior em relação a 2017!
“Investimento de bilhões e para nós nada”, diz outro operário ao Corneta: “Toda vez escrevem que o cenário econômico não está favorável e que por ‘deliberalidade’ vai pagar determinado valor, ou seja, é como se não tivéssemos direito a nada e que estão dando um certo valor por caridade! Deliberalidade é o caralho, trabalhamos pra isso! Roubam de nós na cara dura! Ainda falam ‘por deliberalidade do conselho e presidência’”.
Patrão manda
A verdade é que se trata de arbitrariedade, companheiros. O mercado pressiona a TM a investir em novas linhas e maquinários, como vimos no anúncio de R$80 milhões a ser investido entre 2019 e 2021. O caos capitalista, onde ninguém sabe qual empresa vai estar de pé amanhã, faz com que remunerações não obrigatórias como a PLR desapareçam no ar. Não somos sócios do patrão, somos sugados por ele. Essa é a limitação da PLR.
Foco no salário
Por isso sempre frisamos a importância da luta pela reposição e reajuste dos salários. É preciso garantir o básico e o básico é nosso emprego, é o nosso salário! Não podemos aceitar ficar cada vez mais miseráveis!
A culpa é do governo?
Outro companheiro comenta: “Eles querem jogar a culpa neste governo falido. Por uma parte eu gostei para não levantar a bola deste governo para aqueles que votaram nele aqui na TM. Para as coisas voltarem à normalização este governo tem que cair, senão tamos ferrados!”. A TM põe a culpa no Bolsonaro, que põe a culpa no PT! Ora, eles sim são sócios entre si e destróem a nossa vida!
Não devemos mesmo passar pano pra governo que só arrocha a população e nem devemos ter ilusões nos governantes passados. Mas o principal chicote que estrala na peãozada da TM é o chicote da própria TM. Quem governa o Brasil não são exatamente os políticos, mas os interesses de capitalistas como os da TM. Por isso, a organização no local de trabalho é o que há de mais potente na vida política dos trabalhadores, pois é a luta direta contra aquele que nos explora.
É preciso avançar na organização. No caso da PLR, a organização é quase zero, como bem diz um operário: “Se a comissão antiga, formada por reintegrados e sequelados, não teve força imagine com pessoas que não têm nenhum tipo de estabilidade! A comissão sempre esteve à mercê, quem manda é a TM”. Para garantir o básico é preciso construir o básico: organização