Transição Socialista

PELO FIM DA ESCALA 6×1, POR ESTABILIDADE NOS EMPREGOS E SALÁRIOS

30.04.2024

Leia o cartaz aqui!

 

PELO FIM DA ESCALA 6×1 E ESTABILIDADE NOS EMPREGOS E SALÁRIOS!

Nós da Transição Socialista saudamos o recém criado Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), na sua luta pelo fim da escala 6×1.

Duas folgas semanais para todos os trabalhadores é um mínimo que se pode exigir. Os patrões nos roubam cada segundo de vida para encherem ainda mais os próprios bolsos, já bastante abastados. Os proprietários capitalistas lucram mais e mais às custas do tempo e da sanidade física e mental da população trabalhadora submetida a escalas de trabalho absurdas.

Apoiamos ainda a manifestação convocada para o 1° de maio, dia internacional de luta da classe trabalhadora, na contramão dos atos de calendário ou “showmícios” anualmente organizados pela burocracia sindical. O fim da escala 6×1 pode unificar amplos setores da classe trabalhadora em uma luta comum e inaugurar um movimento para além dessa data simbólica. Em dias que não são feriados, os atos podem ter maior impacto na circulação e no funcionamento da economia, ganhando mais força e repercussão.

Para nós, a petição em curso pode ser um dos instrumentos de pressão ao congresso e ao governo, mas essa luta tem maiores chances de conquistar seu objetivo se emparedar os patrões em cada empresa, incidindo diretamente sobre os contratos de trabalho. O congresso pode até tirar a escala 6×1 da CLT e ao mesmo tempo permitir escalas piores ou tão ruins quanto. A propósito, hoje é possível manobrar a legislação dado que “acordado vale mais que o legislado” depois da reforma trabalhista, pior ainda agora com a chamada “PL da uberização” que legaliza a informalidade do trabalho por aplicativos, sem jornadas nem escalas estabelecidas.

O movimento pelo fim da escala 6×1 pode se enraizar em cada local de trabalho, através de comitês de campanha e assembleias, de preferência com paralisações do serviço – como historicamente lutam os trabalhadores pelos seus direitos! Onde for possível, os sindicatos devem ser pressionados a assumir essa pauta e mobilizar suas categorias. Só pela organização na base, onde estão os trabalhadores todos os dias, modificando os contratos de trabalho em cada empresa, é que o fim da escala 6×1 pode ser atingido para melhoria nas condições de vida da maioria da população.

POR ESTABILIDADE PARA OS TRABALHADORES: ESCALAS MÓVEIS!

O fim da escala 6×1 é importante, mas precisamos reconhecer que poderia ser facilmente contornado pelos patrões através de outros prejuízos para o trabalhador, com o aumento da jornada diária, a intensificação do ritmo de trabalho, ou mesmo através do arrocho e da redução dos salários. Nesses casos, ganharíamos de um lado para perder de outro.

Para nos prevenir dessas mazelas, acreditamos que a luta pelo fim da escala 6×1 precisa estar acompanhada de outras duas reivindicações, que respondem aos principais problemas dos empregados nas empresas: o aumento do custo de vida e a ameaça do desemprego!

A cada mês, a cada salário recebido, a inflação corrói um pouco do nosso poder de compra. Os preços sobem, o trabalho aumenta, e os salários não acompanham. Os reajustes anuais nos dissídios coletivos nunca recuperam o que foi perdido, e quando vemos estamos cada vez mais pobres.

O mínimo para não piorar as nossas vidas é que a gente pare de empobrecer. Para tanto, todos os empregados precisam lutar juntos pela manutenção do poder de compra, independente da data-base de cada categoria, pelo reajuste mensal dos salários igual a inflação! Isso é a ESCALA MÓVEL DE SALÁRIOS!

Ao mesmo tempo, sob a pressão do desemprego, o medo do facão obriga os trabalhadores a aceitarem condições cada vez piores. Quando a empresa diminui um pouco o lucro, logo desconta nas costas dos empregados e mandam pro olho da rua sem dó. Por isso, todas as categorias também precisam lutar juntas pela estabilidade nos empregos.

Se a empresa diminui a sua produção ou as vendas, isso precisa ser descontado do lucro dos patrões e não do único sustento de quem dá o sangue e o suor pelo seu funcionamento. Se a produção ou as vendas caem, todos devem trabalhar menos para que todos continuem empregados. É a divisão das horas de trabalho sem redução dos salários, ou a ESCALA MÓVEL DAS HORAS DE TRABALHO!

Os patrões já garantiram as próprias escalas móveis, eles têm toda flexibilidade do mundo para manter os próprios lucros conforme varia a economia, se apoiam na inflação para diminuir os salários quando precisam e demitem os funcionários quando é conveniente. É preciso dar um basta nisso, inverter essa lógica. Que as escalas, a jornada e os salários sejam flexíveis para no mínimo conservar as atuais condições de vida de quem está empregado! Para que simplesmente a vida pare de piorar e pare de ser sempre o trabalhador a pagar a conta.

Por isso, é fundamental a luta unificada por estabilidade, a partir de cada empresa e nas ruas. Lutamos para que, junto com o fim da escala 6×1, as escalas móveis de salários e das horas sejam incorporadas aos contratos de trabalho em todo país!

Fim da escala 6×1!
Reajuste mensal dos salários igual o aumento dos preços!
Divisão das horas de trabalho, sem redução dos salários!