Transição Socialista

O negativo em Marx

Hector Benoit

O negativo é uma noção fundamental no pensamento de Marx, sendo um conceito metodologicamente constitutivo nas diversas categorias do seu pensamento. Tal conceito perpassa todas as suas análises, tanto as mais diretamente filosóficas, as econômicas, como as políticas e históricas. Nesta comunicação procuraremos determinar o próprio conceito de negativo enquanto tal. Para isto, percorreremos alguns momentos desse conceito na história da tradição dialética. Procuraremos mostrar, sobretudo, que não é suficiente retornar somente à dialética hegeliana para compreender o conceito de negativo em Marx. Como mostram as primeiras páginas da Ciência da  Lógica de Hegel, este autor deduz o não-ser da noção de nada. Ora, a geração do não-ser a partir da noção de nada – como bem intuiu Lênin (Cadernos Filosóficos) – introduz o idealismo neoplatônico e cristão na noção de não- ser. No pensamento de Marx, o não-ser não se confunde com o nada, assim como, não pode ser gerado a partir deste. Em Marx, o não-ser é utilizado como antítese, ou seja, sempre como uma relação contraditória entre dois gêneros. Nesse sentido, na tradição dialética ocidental, encontraríamos antecedentes da dialética marxista do negativo somente na noção de “koinonia dos gêneros”, noção desenvolvida no diálogo Sofista de Platão, onde o não-ser possui identidade própria, participa do ser, mas, não como nada, e sim como antítese. Após explicar o não-ser a partir do modelo da “koinonia dos gêneros”, procuraremos mostrar, com alguns exemplos, como é esse modelo antitético de negativo que aparece nas diversas análises de Marx tanto nas categorias econômicas como nas suas análises políticas e históricas.

O negativo (das Negativ) é um conceito metodologicamente constitutivo nas diversas categorias do pensamento de Marx. Tal conceito permeia todas as suas análises, tanto as mais diretamente filosóficas, as econômicas, como as políticas e históricas.

Isto fica claro se observarmos o próprio desenvolvimento dialético de O capital. Marx parte da forma mais aparente da mercadoria, aquela da Economia Política burguesa, chegando mesmo a descrever inicialmente a mercadoria como a duplicidade valor de uso e valor de troca, para justamente negar, mais adiante, essa forma de definir a mercadoria, mostrando-a, ainda no capítulo primeiro, como a antítese entre valor de uso e valor, sendo o valor de troca, mostrado, então, como a forma de manifestação do valor. Marx, portanto, nega a sua primeira definição de mercadoria para deduzir a antítese valor de uso e valor, mas, ao analisar a forma de manifestação do valor (valor de troca), sucessivas novas antíteses vão se construindo e estas são por suas vez negadas. Esse movimento negativo vai sendo sempre ampliado até a negação do próprio modo de produção capitalista anunciadano final do livro I, negação da negação, negação que seria retomada no final do inacabado livro III [1].

Nesse sentido, O capital seria a descrição de uma série de gêneros antitéticos que vão se cruzando e construindo novas antíteses, em cada cruzamento antitético que ocorre, o negativo se aprofunda. As antíteses que vão se construindo são cada vez mais amplas, até que o processo antitético se transforma numa totalidade contraditória insustentável, onde o negativo prevalece destruindo a identidade do modo de produção capitalista.

Mas, se percebemos claramente esse movimento negativo na análise de O capital, poderíamos perguntar sobre o próprio negativo enquanto tal? O que é o negativo em Marx na sua forma mais abstrata? Pensamos que em Marx o negativo pode ser compreendido como um transpassar de regiões ou gêneros. Quando dois gêneros se transpassam surge uma região antitética, uma região que não é nem o primeiro nem o segundo gênero exclusivamente, mas sim, uma região que pertence a ambos ao mesmo tempo e na mesma relação.

Um exemplo claro deste procedimento pode ser obtido na demonstração feita por Marx a respeito da origem da mais-valia ou da transformação de dinheiro em capital, trata- se de um processo que se opera na órbita da circulação e não se opera nela [2]. Esse processo situa-se numa região negativa, pois, não é idêntica a nenhum dos gêneros ou pólos que entram na relação. Trata-se de uma região cuja identidade plena se dissolve contraditoriamente, trata-se de um ente que, em certo sentido, não-é. Mas, como compreender tal não-ser que ao mesmo tempo é ou participa do ser?

Evidentemente, para isso, é necessário sair da tradição não dialética que sustenta de forma absoluta o princípio parmenideano-aristotélico da não-contradição. Para isto, entre os intérpretes de Marx que valorizam tais passagens dialéticas, em geral, procura-se apoio na Ciência da Lógica de Hegel.

De fato, a Ciência da Lógica já nas suas primeiras páginas nos dá um exemplo dessa noção de “transpassar” que caracterizaria o negativo em Marx. Hegel parte do ser puro ser, ou seja, aquilo que não possui qualquer determinação. Este ser, em sua imediatez indeterminada, diz ele, “é somente igual si mesmo” (ist es nur sich selbst gleich) [3]. Este ser indeterminado, por não possuir nenhuma determinação seria igual ao nada [4]. Com isto teria havido um transpassar, o transpassar do ser ao nada. Assim, do ser indeterminado Hegel realiza o transpassar ao nada e deste, pela própria constatação de que ocorreu um transpassar, se deduz o devir [5]. A verdade não seria nem o ser, nem o nada, mas o próprio transpassar, o transpassar ao devir.

Como se sabe, Lênin leu com grande admiração a Ciência da Lógica de Hegel e, sem dúvida, esta obra permitiu enriquecer a leitura que Lênin fez de O capital .Sem dúvida também, graças a Hegel, Lênin foi um dos primeiros a compreender O capital como uma obra que não podia ser lida em capítulos ou trechos estanques, mas sim, como possuindo um desenvolvimento dialético, um método cujo modo de exposição impedia a ruptura do devir imanente de suas partes, uma obra que pressupõe, permanentemente, a totalidade dialética do modo de produção exposto. No entanto, nos seus Cadernos Filosóficos, Lênin, apesar de elogiar a Ciência da lógica, nos ressalta também dúvidas intuitivas importantes a respeito do “misticismo das ideias” que domina esta obra de Hegel. Assim, a certa altura, Lênin comenta justamente esse “transpassar do ser ao nada” e o comenta com certa desconfiança.

Diz ele que Hegel às vezes vai do abstrato ao concreto e certas vezes faz o contrário. Pergunta então Lênin:”Não seria esta a inconseqüência de idealista (isto que Marx chamava ‘a mística das ideias’ em Hegel)?” E, logo a seguir, acrescenta Lênin: “Ou isto teria razões mais profundas? (por exemplo, o ser = o nada – a ideia do devir, do desenvolvimento).” [6]

Realmente, pensamos que esta dedução que abre a Ciência da Lógica carrega em si sérios problemas. Do ser puro ser, sem nenhuma determinação, pode-se, como faz Hegel dizer que este ser é igual ao nada. Mas, isto seria repetir a dialética de Parmênides tanto aquela expressa no Poema, como aquela reproduzida no diálogo Parmênides de Platão. O Ser-Um de Parmênides, como pura indeterminação, como total univocidade, não recebe nenhuma predicação. Afinal o que predicar do Ser? Somente algo que não-é! O Ser-Um seria, portanto, na sua univocidade absoluta, igual ao nada. Mas, do Ser-Um que é igual ao nada, nada surge, não ocorre devir algum, não ocorre nenhum transpassar, e assim, nenhum devir. Aliás, não por acaso a escola eleata-parmenideana era conhecida como a escola dos imobilistas, ou seja, aquela que negava a existência do movimento [7].

Se, posteriormente, do Ser-Um parmenideano, transcendente, inefável, inominável, se produz um onto-teologia neoplatônica que permite deduzir do Ser-Um todo o mundo sensível, este movimento é exatamente a peça chave da metafísica ocidental, que mantém o ser como idêntico a si próprio, como não-contraditório e como capaz, ao mesmo tempo, de pensar o mundo sensível. No entanto, para isso é necessário recorrer ao Ser enquanto apoiado no fundamento teológico, fundamento teológico que deduz (para os pagãos) ou cria (para os cristãos) o mundo sensível, o devir, a multiplicidade contraditória a partir do nada ou de um ser que é pura indeterminação (tal como o Ser-Um de Parmênides). Em suma, sem a tradição metafísica ontoteológica neoplatônica e cristã é impossível do Ser-Um, como nada, deduzir qualquer coisa, nem mesmo o devir.

Portanto, como muitas vezes, e em outros temas, as intuições de Lênin são certeiras. Teria razão Lênin ao duvidar que nessa dedução hegeliana “ser = nada – devir” estaria a raiz de uma “mística das ideias”, ou se quisermos, a raiz de um “transpassar metafísico”. Pensamos, no entanto, que Marx, obviamente, não segue esse transpassar metafísico que caracteriza a dialética ontoteológica hegeliana.

Marx, em sua dialética, desenvolve um negativo antitético, um negativo não- ontoteológico, um negativo que pode ser compreendido melhor a partir de outro momento da tradição dialética ocidental. Refiro-me ao Sofista de Platão e, particularmente, à passagem sobre a comunidade ou “koinonia dos gêneros supremos”, na qual o Estrangeiro – personagem do diálogo – estuda as relações  entre o Ser, o Movimento, o Repouso, o Outroe o Mesmo [8]. Nessa passagem, o personagem que conduz o diálogo, não por acaso, nomeado o Estrangeiro de Eléia, realiza o parricídio ao ‘pai’ Parmênides, ou seja, à lógica da não-contradição, e mostra como é possível dizer que o não-ser, de alguma forma, participa do ser.

Vejamos de forma bastante resumida a demonstração do Estrangeiro de Eléia. Segundo esse personagem, cada um dos gêneros é o mesmo que si e outro que os outros. Esta afirmação parece-nos fundamental e a repetimos: cada gênero é o mesmo que si (é igual a si próprio) e cada gênero é outro que os outros gêneros. Vejamos detidamente o que significa esta afirmação quando aplicada ao gênero Ser. Teremos os seguintes enunciados: 1)“O Ser é o Mesmo que si e Outro que o Movimento”; 2) “O Ser é o Mesmo que si e Outro que o Repouso”; 3)”O Ser é o Mesmo que si e Outro que o Outro”; 4)”O Ser é o Mesmo que si e Outro que o Mesmo”.

Mas, que significa esta última afirmação? Que significa dizer “O Ser é o Mesmo que si e Outro que o Mesmo”? Nesta última proposição chegamos a algo fundamental: o Ser quando é, e para que seja ser, precisa entrar em relação com outro gênero, o gênero do Mesmo. Que significa isto de tão importante? Significa sustentar que quando o Ser é igual e idêntico a si mesmo, o ser já é outro, o ser entra em relação de transpassamento com outro gênero, o gênero Mesmo. Ao contrário de Parmênides e de Hegel, portanto, o Estrangeiro de Eléia deduz o gênero Mesmo como outro gênero diferente que o Ser. Assim, quando Hegel diz “ser, puro ser, somente igual si mesmo” e chega ao nada, Hegel deixa de deduzir o “mesmo”, ‘salta” a dedução do mesmo, e permanece numa dialética parmenideana. O Estrangeiro de Eléia, ao contrário, quando diz, “ser puro ser igual si mesmo” está já realizando um transpassar, um transpassar entre o ser e o mesmo, e esse transpassamento é não-ser, ou antítese imanente ao próprio ser. Ou seja, o ser é posto como contraditório já na imediatez de sua identidade!

Voltando a Marx, vejamos como se aplicaria tal forma antitética de não-ser com alguns exemplos. Pensemos a relação entre estrutura e superestrutura. Quando Marx sustenta contra o idealismo que a estrutura determina a superestrutura, essa determinação de tal ou tal forma, em tal ou tal formação econômico-social se dá através da antítese específica, região negativa própria, que se forma no transpassamento entre estrutura e superestrutura nessa ou naquela formação. Claro que em cada formação histórica, em cada modo de produção, esse transpassamento entre estrutura e superestrutura será diferente de acordo com a região antitética desenvolvida. Assim, a região negativa construída em cada época histórica e em cada formação, determinará, de tal ou tal forma as relações entre estrutura e superestrutura em cada formação econômico-social efetiva dando maior ou menor importância a certos fatores: por exemplo, a importância da política na cidade grega ou da religião no período medieval, podem ser compreendidas pela especificidade de tais regiões negativas que caracterizam um período ou outro.

A própria mercadoria, tal como é estudada no capítulo I de O capital, é a contradição ou antítese, região negativa constituída pelo transpassar entre valor de uso e valor. O próprio valor, por sua vez, é o transpassar específico entre a sua substância que é trabalho humano abstrato e sua forma de manifestação que é valor de troca. A forma do valor, por outro lado, enquanto valor de troca que só se manifesta no encontro entre duas mercadorias A e B, é o transpassar entre a mercadoria A e a mercadoria B. Cada transpassamento similar seria, assim, a manifestação do negativo em Marx. Como se vê, colocado desta forma, o negativo, ou não-ser, apesar de constituir-se como algo contraditório, não seria nenhuma categoria misteriosa ou ‘mística’ herdada da dialética metafísico-hegeliana.

Mas, como se daria tal negativo na história? O negativo sendo um não-ser, sendo algo contraditório, pode realmente ter existência histórica, ou seria apenas algo do domínio da linguagem, algo existente apenas em “logos” ou em discurso categorial? [9] Na verdade, todos aqueles que pensam Marx a partir do paradigma da lógica da identidade, possuem grandes dificuldades para dar conta do desenvolvimento das suas categorias. Sobretudo, a dificuldade se manifesta quando se dá consistência histórica às suas categorias. No entanto, em Marx, a contradição categorial, sem dúvida alguma, possui essencialmente e exatamente um conteúdo histórico.

Como descreve Marx, sobretudo, em trecho dos Grundrisse conhecido como “Formações econômicas pré-capitalistas” [10], a história universal que precede o capitalismo seria exatamente a história da constituição da grande contradição fundante do modo de produção capitalista, aquela contradição entre o capital e o trabalho. A história universal, anterior ao modo de produção capitalista, seria a história pela qual a maioria dos homens são separados da natureza, ou dos seus meios de reprodução. Finalmente, no capitalismo, a maioria da humanidade somente se relaciona aos meios de reprodução através do mercado. A história universal seria assim, exatamente, a história da constituição desta região contraditória ou negativa, que coloca em antítese, sempre crescente, classes sociais, e por último, capital e trabalho. A constituição gradual desta região de negatividade, para Marx, coincide, em certo sentido, com o começo do que ele chama propriamente “história”, ou seja, uma região contraditória constituída pelo transpassar que é negação, negação que é luta entre dois pólos opostos, ou seja, luta de classes.

Seria esta negatividade específica – a luta de classes – a propulsão contraditória que geraria, em cadeia, uma multiplicidade de outras regiões negativas e, particularmente as diversas formas históricas, cada vez mais aprofundadas, de separação entre o trabalho e as condições de sua realização, ou, se quisermos, de separação entre o trabalho humano e a apropriação da natureza. Vemos, assim, que a noção de negativo, enquanto contradição, não somente se dá historicamente, como o transpassar contraditório da luta de classes, como também, é exatamente essa noção histórica do negativo que impulsiona as diversas outras contradições descritas por Marx na instância categorial. Os diversos “transpasssamentos” categoriais. Portanto, como intuiu Lênin, seria hipostasear Marx reduzir as contradições e o negativo a um processo categorial que ocorreria somente na instância lógica ou da linguagem. Ao contrário, é a contradição da luta de classes, o transpassar negativo das classes sociais opostas que se constitui, em Marx, como pressuposto histórico impulsionador de todas as contradições categoriais descritas, inclusive, aquelas manifestas nas categorias econômicas: mercadoria, valor de uso e valor; substância e manifestação do valor; valor de uso e valor de troca; trabalho concreto e trabalho abstrato; circulação e produção; mais-valia absoluta e mais valia-relativa; capital e trabalho. As categorias, como as mercadorias, não caminham sozinhas, assim também as contradições das categorias econômicas e da “linguagem” das mercadorias não podem se movimentar ou “discursar” sem os seus agentes que são as classes sociais em luta. Somente devido ao encobrimento ideológico das contradições reais existentes, aquelas constituídas no transpassar negativo da luta de classes, pode-se dar autonomia às categorias e pensar uma lógica autônoma das categorias econômicas. Assim, somente ao abstrair o verdadeiro conteúdo do negativo em Marx – que em última instância é sempre o transpassar da luta de classes – é possível o fetichismo de uma lógica meramente categorial.

Nesse sentido, desde as primeiras páginas de O capital, desde a circulação simples, como pressuposto de todas as contradições iniciais ali descritas, existe um motor propulsor que é o transpassar negativo da luta de classes. Porém, como Marx parte justamente da análise alienada da Economia Política burguesa, ele próprio, aparentemente, dá autonomia ao movimento categorial das mercadorias e usa a linguagem imprópria e hipostaseada do saber burguês. Nesse sentido, para Marx, em nenhum momento, propriamente, seria a mercadoria A que se relaciona com a mercadoria B, ou o valor de uso que se opõe ao valor. Da mesma forma, apesar de utilizar a expressão, para Marx, jamais o valor seria propriamente o sujeito automático da valorização do capital. Por mais objetivo, hispostaseado e irracional que seja o processo assumido pelo modo de produção capitalista, pensamos que, ainda assim, para Marx, mesmo a crise absoluta do modo de produção capitalista possui como sujeito o transpassar negativo determinado, aquele negativo constituído pelo transpassar das classes em luta.

Assim, o negativo em Marx não é nenhuma categoria metafísica, mas sim, uma região antitética e contraditória determinada, aquela do transpassar histórico da luta de classes.


[1] BENOIT, Hector.Sobre a crítica (dialética) de O Capital“. In: Crítica Marxista, São Paulo: Brasiliense, nº3, 1996, 14-44.

[2] MARX, K. Das Kapital, I, p. 209, capítulo V, MEW, 23, 1962.

[3] HEGEL, G. W. F. Wissenschaft der Logik, Sämtliche Werke, Vierter Band, p.87-88, H. Glockner, F. Frommann, 1965.

[4] Idem, ibidem, p.88.

[5] ibidem.

[6] LÊNIN, V. I. Cahiers Philosophiques, p. 200, Paris, Éditions Sociales, 1955.

[7] O célebre paradoxo de Zenão de Eléia a respeito de Aquiles e a tartaruga se apóia justamente nesta univocidade absoluta do Ser de Parmênides e demonstra a ausência do movimento. Numa corrida, se Aquiles dos pés ligeiros (como o chamara Homero) partir depois da tartaruga jamais a alcançaria, pois, toda distância entre dois pontos é divisível ao infinito. Zenão, assim, demonstra o movimento como mera ilusão dos sentidos.

[8] PLATÂO. Sofista (251ª-259d); BENOIT, H. – “Da koinonia do não-ser que é à koinonia da pólis” , Boletim do CPA, nº 10, junho de 2000/dezembro de 2001, IFCH-UNICAMP; BENOIT, H. “As regiões do negativo no diálogo Sofista: raízes da historicidade dialética”, in volume temático da Revista Ideias, Ano 11, (2), 2004, ISSN: 0104-7876

[9] Nesse sentido argumenta GIANNOTTI, J. A. em sua obra intitulada Certa herança marxista. São Paulo, Companhia das Letras, 2000. Para este autor, a contradição não existe no próprio real, seria uma realidade meramente discursiva, e atribuir realidade histórica à contradição nos lançaria fatalmente na metafísica. Comentário particular a esta obra, cf. em BENOIT, H.. –“ Marx à luz de Wittgenstein: comentário a “Certa herança marxista de J. A. Giannotti”, pp.147-155; in: Crítica Marxista, nº12, São Paulo, maio 2001, Boitempo Editorial.

[10] MARX, K. “Formen, die der kapitalistischen Produktion vorhergehen”, pp. 378-415, In: Ökonomische Manuskkripte 1857/58, Text – Teil 2, MEGA, Berlin, Dietz Verlag, 1981.