Não é hora de discurso ou ciranda: é hora incendiar as ruas das grandes cidades todos os dias até que a intervenção federal seja cancelada. Saber o que queremos e fazer de forma radical é fazer a nossa vingança em nome de Marielle.
Temer, de forma inesperada, decretou intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro. A medida, mais do que revelar uma verdadeira escalada ditatorial, significa um improviso inconsequente de uma classe que já não sabe mais para onde ir. A crise de dominação burguesa se aprofunda.
Muito se comentou na última semana sobre a prisão de altos políticos cariocas. Jorge Picciani, presidente da ALERJ, Anthony Garotinho, ex-governador, Rosinha Garotinho, mulher de Anthony e ex-governadora, outros deputados e altos secretários, somaram-se aos famigerados ora hospedados no presídio de Benfica. Encontraram por lá o ex-governador Sérgio Cabral, sua […]
A crise da economia brasileira e mundial é tamanha que, mesmo a prometida “ponte para o futuro” de Temer, conduzida por um dos principais homens do capital no mundo das finanças, Henrique Meirelles, se mostra uma farsa de incompetentes e fanfarrões. A tão prometida “ponte” virou uma “pinguela”, como admitiu mesmo FHC. A única ponte para o futuro quem pode construir é a classe operária, junto com a vanguarda revolucionária, a partir das reivindicações transitórias citadas acima, as escalas móveis. Elas têm de ser trabalhadas visando à abertura da dualidade de poderes nos locais de trabalho. Essa é a questão chave da conjuntura.
O Rio de Janeiro, como já comentamos muitas vezes, é a melhor expressão dos anos de lulismo no Brasil. Lula e o PT conseguiram, no estado da Guanabara, acabar com todas as oposições (alas opositoras do PMDB, DEM, PSDB, etc.) e fundir toda a política numa geléia geral da corrupção. Claro, para isso foram necessários muito luta e muito dinheiro. Tudo se tornou a instituição do suborno, mas tudo se tornou também — via suborno — escanteamento de adversários.
O MNN tem atuação embrionária no Rio de Janeiro e prefere ainda refletir com mais calma sobre a situação política nessa cidade, antes de assumir um posicionamento no segundo turno eleitoral. O texto a seguir é mais um convite à discussão, à abertura de questões, entre a esquerda revolucionária, a respeito da possível vitória de Marcelo Freixo, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).