Transição Socialista

Greve na índia!

O Cinturão Industrial de Oragadam, na Índia, que reúne parte das indústrias automobilísticas mais importantes do mundo, presenciou greves de mais de 3700 operários de três empresas diferentes no último mês.

Líderes automobilísticas como a Renault-Nissan, Daimler, Eicher Motors, Yamaha, Apollo Tyres, entre outras, têm plantas no Cinturão de Oragadam. Os trabalhadores da Yamaha India, Myoung
Shin Automotive India e Royal Enfield entraram em greve massiva contra os ataques dos patrões e pelo seu direito legítimo de organização.

Yamaha India

Os 700 trabalhadores da Yamaha India estão em greve desde o dia 20 de setembro, completando mais de 50 dias de braços cruzados. A greve se iniciou depois da empresa demitir dois operários
sem apresentar qualquer justificativa. Segundo um trabalhador que participa da greve, os demitidos “tinham se esforçado corajosamente para formar um sindicato na empresa. O administrativo
aparentemente não gostou dessa movimentação e cancelou seu cartão de acesso, não permitindo que eles entrassem na fábrica. O pessoal da fábrica apoia os dois trabalhadores e está parado desde esse dia pela readmissão dos demitidos e pelo direito de ter um sindicato próprio”.

Myoung Shin Automotive Índia

Cerca de 200 trabalhadores da empresa também entraram em greve em outubro, demandando aumento salarial como estipulado pela lei. Os operários não recebem nenhum tipo de aumento salarial há mais de dois anos. Além do salário, os trabalhadores reivindicam o direito de terem um sindicato próprio. Não só a empresa negou isso aos trabalhadores, como demitiu 15 operários após 20 dias de greve. A readmissão dos demitidos à empresa entrou na pauta de greve dos trabalhadores, logo após o ocorrido. A Myoung Shin Automotive India é uma das principais fornecedoras da Hyundai Motor India.

 

 

Royal Enfield Índia

Trabalhadores da Royal Enfield também entraram em greve por mais de 40 dias. A greve começou depois da empresa não deixar 120 aprendizes entrarem na fábrica, sem nenhuma justificativa, após recentes negociações salariais. O sindicato dos trabalhadores se formou em abril deste ano e desde julho procuram a empresa para discutir o pagamento de um bônus previsto em lei. Sem resposta da empresa, o sindicato emitiu um documento alertando a empresa que fariam uma greve em agosto. A empresa não só não respondeu o documento como demitiu 120 aprendizes no final de setembro. Foi a gota d’água: mais de 3 mil trabalhadores decidiram cruzar os braços.

 

Polícia reprime greves da Yamaha e da Myoung Shin

No dia 12/11, cerca de 1500 trabalhadores em greve foram detidos pela polícia por mais de 5 horas, após protestarem legitimamente pelos seus direitos. Os trabalhadores realizavam um ato de rua nos arredores das fábricas no Cinturão Industrial de Oragadam. Com o pretexto injusto de que o protesto não poderia ocorrer (por não ter sido “pré-avisado” ao governo), a polícia reprimiu os trabalhadores. O ocorrido apenas botou mais lenha na fogueira e os trabalhadores da Yamaha e da Myoung Shin permanecem em greve por tempo indeterminado!