O negro americano George Floyd perdeu seu emprego devido à pandemia do coronavírus. Pouco depois, foi acusado de usar uma nota falsa de 20 dólares para comprar cigarro. Perseguido pela polícia, foi controlado e asfixiado até a morte. Eis o retrato perfeito da situação explosiva em que vivemos.
Frente à gigantesca crise capitalista que se abre, é fundamental os revolucionários adequarem seus programas. Seria o Programa de Transição uma invenção particular de Trotsky, ou teria bases nos esforços do próprio Marx para encontrar um programa revolucionário?
O poder executivo federal publicou a Medida Provisória 936. Em linhas gerais, trata-se do mesmo mecanismo estabelecido pelo Programa de Proteção ao Emprego do governo Dilma, em 2015. A recessão de 2015/2016 deixou um legado de 13,3 milhões de desempregados. Esta deixará qual legado?
O país caminha completamente às cegas enquanto Bolsonaro estiver à frente da nação. Portanto, o primeiro passo para qualquer ação sanitária minimamente racional, hoje, é o afastamento do presidente. A saída de Bolsonaro, e a subsequente instabilidade burguesa, abre espaço para uma ação mais decisiva da classe trabalhadora frente à crise.
O coronavírus será um mal menor para a maioria da população, se comparado às consequências da crise econômica que se instalará mundialmente este ano. As organizações revolucionárias têm de olhar para o horizonte e preparar a ação efetiva, isto é, revolucionária. É hora de erguer um programa transitório ao socialismo, única alternativa à barbárie.
A crise econômica exigirá do governo uma resposta forte: muita esperança foi depositada em suas mãos. O governo, porém, não tem nenhuma resposta diante do cenário.
A economia brasileira patina. É muito difícil prever os movimentos futuros, mas a ameaça de uma nova crise mundial pode deteriorar as já frágeis condições de um país que sequer se recuperou da sua última recessão.
O texto a seguir é a primeira tese do II Congresso da Transição Socialista, realizado em março de 2019. As demais teses serão publicadas ao longo das próximas semanas. As notas de rodapé estão ao final do texto.
A crise da economia brasileira e mundial é tamanha que, mesmo a prometida “ponte para o futuro” de Temer, conduzida por um dos principais homens do capital no mundo das finanças, Henrique Meirelles, se mostra uma farsa de incompetentes e fanfarrões. A tão prometida “ponte” virou uma “pinguela”, como admitiu mesmo FHC. A única ponte para o futuro quem pode construir é a classe operária, junto com a vanguarda revolucionária, a partir das reivindicações transitórias citadas acima, as escalas móveis. Elas têm de ser trabalhadas visando à abertura da dualidade de poderes nos locais de trabalho. Essa é a questão chave da conjuntura.