À luta, camaradas! Não temer o futuro! Organizar a classe operária com o programa transitório internacionalista!
Diante da votação do impeachment, é hora de falar, sem medo e em alto e bom som: Fora Dilma! E mais: é hora de preparar a verdadeira luta contra Temer, que mais cedo ou mais tarde virá com força redobrada. Temer: você é o próximo a cair!
Neste momento só um milagre salva o governo Dilma. Quadros importantes do PT (no parlamento ou fora) já jogaram a toalha. Grande parte dos movimentos sociais jogou a toalha.
Lembremos algumas lições de Lenin sobre uma conjuntura que aponta para uma revolução e como a esquerda revolucionária deve se posicionar nela.
Nos 36 anos do PT, a melhor conclusão que se pode tirar é a de que a classe trabalhadora precisa construir outro partido político, completamente diferente do PT.
Os acontecimentos políticos posteriores a março de 2015 diluíram o descontentamento, ou turvaram o caminho da conjuntura. Isso ocorreu porque a verdade iluminada pelo descontentamento da classe trabalhadora no início de 2015 não teve consequência. Essa verdade não foi pega e trabalhada (cultivada) pela vanguarda organizada da classe trabalhadora e, por isso, não foi mantida manifesta; ela refluiu e se escondeu, obscurecendo o caminho.
Acolhido o pedido de impeachment por Eduardo Cunha, é grande a possibilidade de tornar-se uma bola de neve implacável contra Dilma Rousseff. O PT fez um cálculo político arriscado; percebeu que se seguisse nas mãos de Cunha seria obrigado a enfrentar o impeachment amanhã, da mesma forma, mas em condições ainda piores.
De toda a mise-en-scène do dia 16, fica a impressão de um governo desmoralizado, de uma oposição dos partidos burgueses que não sabe o que fazer e de uma massa que vaga à deriva. Entretanto, não se pode desprezar que mais de meio milhão de pessoas tenham saído às ruas em todo o Brasil, com maior ênfase em São Paulo, Rio e Brasília. Está claro que, apesar da geléia geral, o “Fora Dilma” e a revolta contra a corrupção são os elementos agregadores.
A combinação da crise das instituições burguesas com a crise econômica tem colocado os governos dos mais diversos partidos e o Congresso Nacional numa situação limite. Além do profundo desgaste provocado pelos escândalos de corrupção, os governos e o Congresso têm sido obrigados a desvelar seu caráter de classe, ao atacar os direitos dos trabalhadores em nome da continuidade do pagamento da dívida pública aos credores capitalistas.
Durante esta semana, em meio ao aprofundamento das denúncias da Operação Lava-jato, foi noticiado que setores do PT estariam dispostos a iniciar um diálogo com o PSDB.