Reproduzimos abaixo balanço eleitoral publicado pelos companheiros da organização Movimiento Socialista de los Trabajadores (MST), da Bolívia (organização trotskista, antiga seção da LIT-QI).
Camacho representa politicamente nossos comitês cívicos, ou o dos empresários aliados ao MAS? Por que ele indicou o super-masista Jerjes Justiniano como Ministro da Presidência do governo transitório? Por que a ex-candidata do MAS, Nadia Beller, tornou-se agora a operadora política de Camacho?
PSTU e CST-PSOL capitularam na crise boliviana, dando declarações duplas ou contraditórias. Na prática, terminaram apoiando o setor capitalista de Evo, amplamente odiado pela população trabalhadora. O fato é um alarme para a vanguarda da classe trabalhadora brasileira.
Após a luta da maioria da população trabalhadora e camponesa ter derrubado Evo, que fazer? Qual a tática dos revolucionários na Bolívia nesta nova etapa da luta que se abre, com as liberdades democráticas e o processo eleitoral em aberto?
A social-democracia e o stalinismo populista de Maduro, Kirchner, Ortega, López Obrador, o castro-chavismo em geral e seus seguidores pseudo-trotskistas em nível mundial, teimam em dizer que há um golpe de Estado na Bolívia. Essa política não faz outra coisa senão capitular ao pró-imperialista Evo Morales, uma das variantes da burguesia.
Evo renunciou mas foi atiçar suas bases semi-lumpens e dependentes do Estado para espalhar caos e terror em La Paz e El Alto. A maioria da população trabalhadora repudia isso, mas, não havendo partido revolucionário, como expulsará esses bandos?
Evo tentou dar um golpe e se deu mal, desatando uma revolta social incontrolável. O exército e a polícia não reprimiram porque temeram lançar o país numa guerra civil. Evo caiu sem apoio. O evento comprova a completa falência da dita “esquerda” do continente, amarrada ao assassino Evo até o fim.
A resistência popular não está sendo conduzida a lugar nenhum, e, em meio ao impasse político burguês, surgem a violência e o esgotamento. Não obstante, também é iminente uma insurreição social. Mas como, para onde?
A única coisa certa é que Morales é cada vez mais autoritário, e contra ele cresce o ódio popular. Quem vencerá, Evo ou os trabalhadores? Qualquer meio termo quebrará as forças populares e as entregará a uma regime político burguês autoritário.
Bolivianos votaram contra Evo, para evitar a instauração de uma eventual ditadura burguesa. Mas são conscientes de que a oposição não mudará as condições de vida da maioria.