A absolvição da chapa Dilma-Temer no TSE foi o novo elemento da revelação do caráter de classe — burguês — de todas as instituições do Estado. Diferentemente do que falam vários analistas, não há uma judicialização da política, mas uma politização da justiça. A aparente judicialização da política era apenas a falência do poder legislativo e consequente assunção de protagonismo por parte do judiciário. Mas este, como não poderia deixar de ser, foi tragado pela crise política e revelou seu caráter de classe.
Panfleto do MNN para o ato “Fora Temer” deste domingo, 21/05, na Av. Paulista, em São Paulo.
A delação de Emílio Odebrecht mostrou que a burguesia tem representantes muito inteligentes. Emílio, indignado, em protesto, ergueu uma pergunta e conscientemente não a respondeu: “Por que tudo isso vem à tona só agora?” Para o patriarca da Odebrecht, corrupção e propina alimentam o Estado brasileiro há trinta anos, e […]
No dia 15 de março haverá uma importante jornada de luta contra a reforma da previdência de Temer. A atividade é produto de uma ação articuladora da CSP-Conlutas, que pressiona demais centrais sindicais. Como insistimos em muitos textos, a unidade geral dos trabalhadores – a frente única de todos os sindicatos – é importante para começar a colocar a classe em movimento, e essa é a condição de qualquer mudança política. Estão corretos os companheiros da CSP-Conlutas que pressionam pela atividade unitária e pelo dia de luta.
Antes de responder a essa questão, é preciso refletir rapidamente sobre a conjuntura nacional; é preciso entender o que se passa em nosso país tanto social quanto politicamente.
Trump é um populista-trabalhista, de forte tendência bonapartista (autoritária); é um símbolo do perigo a que a ordem bárbara, degenerada e decadente do capital nos conduz. O mesmo se dá com a ascensão do nacionalismo na Europa. Mas a esquerda que não entender que a base disso tudo é diminuição das condições de vida da classe trabalhadora não entenderá nada.
O Brasil vive uma crise política e institucional sem paralelo na história recente. Os poderes batem cabeça como não se via há décadas, numa guerra quase declarada. Os congressistas, destruindo o pacote contra corrupção do MPF, rindo de toda a nação, tangenciam o ponto de ruptura das instituições. Renan Calheiros cairá, não sem antes abalar as frágeis instituições.
Tanto as análises dos meios de comunicação de grupos burgueses quanto as da maioria das organizações da esquerda socialista já esclareceram, até a exaustão, que Trump conseguiu canalizar o descontentamento de uma expressiva camada da população trabalhadora norte-americana, descontente com as guerras dirigidas por seu país; descontente com o fechamento de fábricas e sua transferência para outros países; descontente, acima de tudo, com a queda acelerada de seu nível de vida nas últimas décadas.
A conjuntura nacional e mundial produz hoje uma importante reorganização — ou recriação — da esquerda brasileira. O caso mais relevante, pela dimensão nos padrões atuais da esquerda, é o do PSTU.