Frente à precipitação da crise social no país, resultado da avassaladora crise econômica e do descontrole absoluto da pandemia, a burguesia se encontra num patamar a cada dia mais elevado de ingovernabilidade. A maioria da população brasileira, por outro lado, está à beira da morte, seja pela fome, seja pelos efeitos da pandemia no seu momento mais crítico.
Lula e outros bandidos ricaços serão soltos nas próximas semanas pelo STF, que se comprova assim ser um órgão de classe. Os pobres encarcerados devido a pequenos delitos (produto da miséria) seguirão presos… e em número cada vez maior.
Algo significativo na semana que passou foi a proibição, por parte de Toffoli (presidente do STF), do compartilhamento de informações do COAF com o Ministério Público e a Polícia Federal. Por que Toffoli fez isso? Toffoli, bem como possivelmente Gilmar, Lewandovski e Alexandre de Moraes ajudarão a salvar Flávio Bolsonaro. Por outro lado, capangas do petista ascenderão e a corja da bandalheira se estabilizará.
Repudiamos a censura do STF à revista Crusoé. A censura foi dirigida pela coalizão petista-tucana do órgão. Não nos importa se a revista é “de direita”. Importa que a crise da dominação burguesa (que envolve todos os grandes partidos) necessita dessa censura.
O “Supremo” aproveitou que está todo mundo só preocupado com eleição (inclusive os pelegos dos sindicatos) para aprovar a terceirização irrestrita das “atividades-fim” sem ninguém perceber. Isso ocorreu no dia 30 de agosto. Agora, qualquer posto de trabalho pode ser terceirizado. A sessão do STF foi um show de horrores. […]
Os argumentos da defesa de Lula (e dos petistas) foram desmontados um a um no TRF-4. A condenação não foi perseguição política, mas resiliência da democracia burguesa. Quais as opções para Lula agora? E a esquerda, seguirá com seus delírios, como aqueles que supõem que o grande capital quer derrubar Lula, ou que este é impedido de combater a fome no Brasil e em todo o mundo?
Na semana que passou realizou-se a primeira votação, em comissão especial da Câmara dos Deputados, da PEC para a Reforma Política, que mudará as regras para a eleição dos cargos legislativos no país, podendo entrar em vigor já nas eleições de 2018. A reforma, por incrível que pareça, conseguirá piorar ainda mais o atual sistema político e eleitoral, tornado-o menos democrático e mais fechado à pressão popular. A proposta é a comprovação de que, na atual fase histórica do capitalismo mundial, toda reforma para suposta melhora do sistema torna-se logo o seu contrário: uma piora.
Panfleto do MNN para o ato “Fora Temer” deste domingo, 21/05, na Av. Paulista, em São Paulo.
Fatos políticos desta semana parecem demarcar um fortalecimento da burguesia na correlação de forças com a classe trabalhadora brasileira, mas na verdade representam um conjunto cada vez maior de contradições.