Frente à eleição de Biden, nada temos a dizer – pois não faz sentido – sobre o que significará seu governo. Nada de relevante mudará na política dos EUA. Cabe-nos analisar porque toda a “esquerda” brasileira e latino-americana, uma vez mais, capitula e respira “aliviada” com o novo presidente.
O resto do mundo já dá sinais de nova tempestade econômica. Isso porque aqui, no Brasil, nós mal saímos de um ciclo de demissões, rebaixamento de salários, calotes e quebradeira nas fábricas. A marolinha de Lula era uma onda gigante. A barragem rompeu em 2014 e continua afogando o peão! […]
Texto de Eduardo Sartelli (Razón y Revolución): Nem Bolsonaro nem Trump intervirão antes que Maduro caia. Nesse momento, apostarão que a oposição controle a situação. Apenas no caso de estabelecimento de um governo de tipo revolucionário intervirão militarmente.
A farsa cômica do G7, com o bate-cabeça das super-potências mundiais, anuncia a oportunidade que se abrirá para a classe operária internacional.
1. Diluição do sistema político e erguimento de uma figura, Lula, como necessidade lógica; 2. fim do regime do Estado Democrático de Direito (no qual todas as frações burguesas estão representadas) em nome de um regime de Estado mais centralizador e repressor dos menores setores burgueses; ou seja: migração do regime democrático burguês para um regime ditatorial burguês (uma forma mais explícita e direta da ditadura da classe burguesa); 3. criação e mobilização de bandos de combate à classe trabalhadora, a partir da estrutura das burocracias sindicais (CUT, CTB e outros), bem como dos movimentos que trabalham com proletários empobrecidos (MST, MTST e outros), dependentes de políticas do Estado burguês.
Trump é um populista-trabalhista, de forte tendência bonapartista (autoritária); é um símbolo do perigo a que a ordem bárbara, degenerada e decadente do capital nos conduz. O mesmo se dá com a ascensão do nacionalismo na Europa. Mas a esquerda que não entender que a base disso tudo é diminuição das condições de vida da classe trabalhadora não entenderá nada.
Tanto as análises dos meios de comunicação de grupos burgueses quanto as da maioria das organizações da esquerda socialista já esclareceram, até a exaustão, que Trump conseguiu canalizar o descontentamento de uma expressiva camada da população trabalhadora norte-americana, descontente com as guerras dirigidas por seu país; descontente com o fechamento de fábricas e sua transferência para outros países; descontente, acima de tudo, com a queda acelerada de seu nível de vida nas últimas décadas.