A “onda bolsonarista” se mostrou uma marolinha. Nada se confirmou da “tendência fascista”. A “onda bolsonarista” durou dois anos, menos que a “onda” do oportunismo petista. Esta foi mais profunda e teve um caráter mais nefasto para a luta da classe trabalhadora do que as patetadas bolsonaristas.
As eleições municipais acontecerão sob o signo da crise: sanitária, política e, sobretudo, econômica, que arrasta milhares de trabalhadores para o desemprego e para a miséria. Nessas circunstâncias, qual papel cabe aos revolucionários nestas eleições? Defender essencialmente as mesmas propostas que os oportunistas, ou apontar um novo caminho?
A inflação de produtos básicos coloca novamente a esquerda brasileira num dilema. É necessária uma política burguesa ou pequeno-burguesa, de controle de preços de mercadorias, ou uma política propriamente proletária, de reajuste salarial conforme a inflação?
O vídeo ministerial revelou um governo desesperado. Hoje, certamente, o desespero é maior, pois comprovou-se o crime de Bolsonaro (agora abertamente acobertado no delito por Generais). Para alguns, caminhamos para um “golpe” fascista ou bonapartista. Será?
A crise econômica exigirá do governo uma resposta forte: muita esperança foi depositada em suas mãos. O governo, porém, não tem nenhuma resposta diante do cenário.
Todas as sumidades intelectuais do país estão sendo convocadas para responder à questão, à pergunta de um milhão de dólares, mas preferem crer em fascismo da Regina Duarte, golpe e duendes, ou colocar a culpa no “povão”…
Bolsonaro se enreda cada vez mais numa teia da qual dificilmente conseguirá escapar. Desesperado, repete as palavras, injúrias e adjetivações de Collor no começo dos anos 1990. A história se repete. Visivelmente frágil e isolado, Bolsonaro e sua família tentam atacar, como animais encurralados.
Frente à instabilidade social mundial (passeatas e protestos), a burguesia se desespera, em crise de hegemonia política. A América Latina caminha para a ingovernabilidade. No Brasil a burguesia desenha um caminho: o bonapartismo. O bolsolulismo terminará com a soltura do chefe petista para salvar a nação capitalista.
O resto do mundo já dá sinais de nova tempestade econômica. Isso porque aqui, no Brasil, nós mal saímos de um ciclo de demissões, rebaixamento de salários, calotes e quebradeira nas fábricas. A marolinha de Lula era uma onda gigante. A barragem rompeu em 2014 e continua afogando o peão! […]
O bolsolulismo é a principal corrente política em Brasília hoje. O nome de Aras para a PGR foi indicação velada de Jaques Wagner, quem hoje dá as cartas do PT em Brasília. Aras é a materialização do acordo Bolsonaro-PT. A CPI da Lava-Toga, entretanto, pode quebrar o acordão.