lsonaro furou o teto de gastos para turbinar o bolsa-família. Agora, toda a dita “esquerda” o denuncia, falando que é uma medida apenas eleitoreira. Será que é por aí mesmo que se deve criticá-lo? O que tal crítica frágil revela sobre a própria esquerda?
O socorro a Bolsonaro em mais um momento de dificuldade veio do PT. Desta vez, com apoio claro da “esquerda radical”. PSOL, PCB e PSTU optaram por “ficar em casa com Lula no domingo”. A capitulação política já demonstra que tais partidos agem na prática para eleger Lula em 2022.
Na semana passada, Bolsonaro concluiu sua minirreforma ministerial. O resumo dela é o seguinte: para não cair por impeachment, o presidente entregou completamente o governo ao “centrão”. O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, foi nomeado para o comando da Casa Civil, antes sob direção do general Luiz Eduardo Ramos. Também o Ministério do Trabalho foi recriado. Ainda que sob direção de Onyx Lorenzoni, o novo ministério abrirá mais espaço para cupinchas do centrão.
Defendemos a palavra de ordem do impeachment de Bolsonaro como a mais adequada para esse momento da conjuntura. Procuraremos argumentar, sinteticamente, porque ela é mais adequada e precisa, contrapondo sua defesa aos argumentos levantados em sentido contrário (ou aos pressupostos nas formulações dos que se colocam contrariamente a ela).
Os atos de 03/07 foram a pedra na vidraça de Bolsonaro. Todavia, também denotam risco de paralisia do movimento. Para piorar, serviçais esquerdistas de Lula, como o PCO, atuam para impedir a massificação. São os que querem manter o movimento em banho-maria até a eleição de 2022. Contra tudo isso, é necessário buscar as massas trabalhadoras onde estão e as vincular à luta pelo impeachment. O movimento de ruas pode desatar algo maior nos locais de trabalho.
Texto aprovado em abril de 2021, no III Congresso da Transição Socialista.
Como Bolsonaro se manteve e ainda se mantém no poder? O que falta para a explosão de uma revolta da classe trabalhadora contra Bolsonaro e o apodrecido regime burguês?
Derrubar Bolsonaro hoje é a melhor forma de enfraquecer Lula e a dominação burguesa amanhã.
Um novo ato foi marcado pelas “frentes” da “Campanha Nacional Fora Bolsonaro” para o dia 24/07. Mais de um mês após o 19J!
Não dá pra esperar! Não dá pra aceitar politicagem eleitoral com o número de mortos da Covid! A cada dia que passa, são mais de dois mil mortos! Não deixar Bolsonaro sangrar até 2022! Impeachment já!
Está completa a patifaria: o Exército impôs um sigilo de 100 anos sobre o processo do General Pazuello.
Sobra corrupção, falta vergonha na cara! Esse é, até o momento, o ponto mais baixo em um mês cheio de cambalachos.
O presidente Bolsonaro jamais esteve tão cercado de problemas por todos os lados. Ao eleger Lira para presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco para o Senado, pensou que estava seguro contra a abertura de algum dos muitos pedidos de impeachment – motivados por falta de decoro, por questões jurídicas, econômicas, sanitárias (responsabilizando-o por grande parte das mais de 400.000 mortes que ocorreram no país), crimes ambientais, por “rachadinhas” de sua família (caso Queiroz), pelo envolvimento com milícias e tantos e tantos outros. Conseguirá Bolsonaro se segurar em sua cadeira? Qual futuro aguarda este país?
Frente à precipitação da crise social no país, resultado da avassaladora crise econômica e do descontrole absoluto da pandemia, a burguesia se encontra num patamar a cada dia mais elevado de ingovernabilidade. A maioria da população brasileira, por outro lado, está à beira da morte, seja pela fome, seja pelos efeitos da pandemia no seu momento mais crítico.